O Presidente dos Estados Unidos adverte que pode retirar as acreditações a mais jornalistas que cobrem a Casa Branca, depois de ter feito isso a um jornalista da CNN.
“Pode haver outros", disse Donald Trump, em declarações aos jornalistas.
Na quarta-feira, a Casa Branca anunciou que suspendeu a credencial que permitia o acesso de Jim Acosta à mansão presidencial, após o jornalista ter protagonizado vários incidentes com Trump, um dos quais nesse mesmo dia, durante uma conferência de imprensa.
Questionado sobre se tenciona devolver-lhe em breve a acreditação, Trump disse que não tomou essa decisão e criticou o jornalista.
"Creio que Jim Acosta é um homem muito pouco profissional. Pagam-lhe para isso. (...) Não creio que seja esperto, mas tem um tom de voz muito alto", disse o Presidente norte-americano.
A Casa Branca justificou a retirada de acreditação a Acosta alegando que o jornalista "pôs as mãos" numa estagiária que tentava tirar-lhe o microfone na conferência de imprensa de Trump, algo que ele negou.
Segundo peritos em edição de vídeo, a administração Trump manipulou as imagens que difundiu na internet para que o gesto de Acosta ao rejeitar dar o microfone à estagiária parecesse mais violento.
Trump também criticou April Ryan, uma correspondente da emissora afroamericana American Urban Radio e colaboradora da CNN que há 20 anos faz a cobertura da presidência dos Estados Unidos e que tem tido vários atritos com a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.
"O mesmo se passa com April Ryan, estamos a falar de alguém que é uma perdedora, que não sabe o que está a fazer. Deram-lhe um aumento de salário e um contrato, creio que com a CNN. É repugnante", prosseguiu Trump, defendendo que há que tratar com respeito o gabinete presidencial.
O Presidente também insultou outra jornalista da CNN, Abby Phillip, quando esta lhe perguntou se tenciona exercer algum controlo sobre o procurador Robert Mueller, que investiga se houve um conluio entre a sua campanha e a Rússia nas presidenciais de 2016, ao nomear um novo procurador-geral, Matt Whitaker, que vai supervisionar o inquérito.
"Que pergunta mais estúpida. Tenho estado a vê-la e vejo que faz sempre perguntas estúpidas", respondeu Trump.
A cadeia televisiva CNN defendeu Phillip e divulgou uma nota a considerar que a jornalista tinha feito "a pergunta mais pertinente do dia" e que os insultos de Trump "nada têm de novo".