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O certificado de vacinação poderá deixar de ser necessário para entrar em alguns locais. A medida pode vir a ser aconselhada já na reunião desta quinta-feira com especialistas, no Infarmed.
A convicção é manifestada à Renascença pelo presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública (AMSP). Gustavo Tato Borges diz ter informações sobre algumas das recomendações que podem sair do encontro de amanhã.
“Acredito que iremos assistir ao anúncio, em parte revelado pela Dra. Graça Freitas, de que os vacinados terão outras regras de isolamento, possivelmente, também me chegou aos ouvidos o fim da obrigatoriedade da apresentação do certificado de vacinação, de testagem ou de recuperação para acesso a alguns locais, o que, tendo em conta a elevada cobertura vacinal em Portugal, esta medida de controlo e vigilância deixa de fazer sentido, afirma o especialista em Saúde Pública.
Segundo Gustavo Tato Borges, possivelmente haverá também na próxima fase de desconfinamento uma “abertura a progressivamente maior” de locais como “estádios de futebol, espaços de dança ou bares”.
Nestas declarações à Renascença, o presidente da AMSP diz, ainda, ser prematuro anunciar que a pandemia está quase controlada e que Portugal venceu o vírus, como disseram esta quarta-feira o primeiro-ministro e o coordenador da “task force”.
Este especialista em saúde pública lembra que a taxa de incidência, apesar de estar numa fase decrescente, continua acima dos 120 casos por 100 mil habitantes.
“A pandemia não se olha apenas para a taxa de cobertura vacinal. Tem que se ver a incidência, o número de casos ativos, a quantidade de pessoas que está internada, os óbitos. E neste momento Portugal, apesar de ter uma taxa de incidência em decrescendo, ainda não atingimos aquele ‘limiar de normalidade’ dos 120 casos por 100 mil habitantes.”
Na opinião de Tato Borges, “mesmo com ligeiramente menos de 120 casos por 100 mil habitantes, dizer que a nossa pandemia está controlada ainda será um pouco prematuro”.
“Controlado será quando estes casos forem esporádicos e quando tivermos uma taxa de incidência bastante baixa”, sublinha.
A ideia foi hoje lançada pelo coordenador do plano de vacinação. O vice-almirante Gouveia e Melo considera que, com o país a ultrapassar já 80% da população com vacinação completa, a vida dos portugueses será, em breve, diferente.
Já o primeiro-ministro defende que o país pode começar a encarar a pandemia como controlada. No arranque do novo ano escolar no Agrupamento de Escolas Dona Filipa de Lencastre, em Lisboa, António Costa falou num possível "ponto de viragem".