Um grupo criado na rede social Facebook contra a violência doméstica juntou, em três dias, mais de 7.200 pessoas. "Só mulheres", diz uma das fundadoras do grupo.
À margem de uma vigília, na noite de quarta-feira, no local onde foi morta uma mulher pelo ex-companheiro, Anabela Ataíde afirmou estar "estupefacta e surpreendida" pela adesão e pelas histórias que "lá vão sendo contadas".
O que se pretende é "criar um lugar seguro para partilha de medos e experiências" para que "se possam evitar mais Gabrielas [nome da mulher que foi morta pelo ex-companheiro]", esclareceu a fundadora, em declarações à agência Lusa.
"Aqui, cada uma, cada vítima, cada especialista que queira aderir, cada futura Gabriela pode vir falar, sem medo de represálias dos companheiros. É por isso que só aceitamos mulheres no grupo", adiantou ainda.
Na vigília em Braga participaram cerca de uma centena de pessoas. E o grupo já tem preparadas mais ações de "informação e de luta". Porque "este flagelo não pode continuar", disse Anabela Ataíde.
Para o dia 5 de outubro está a ser organizada uma caminhada que vai passar pelo cemitério de Braga e acabar no tribunal da cidade, passando ainda pelas instalações da Segurança Social: "sítios onde nos devíamos sentir seguras e não sentimos", explica a fundadora.
O grupo vai ainda marcar presença à porta do Tribunal de Braga quando o ex-companheiro de Gabriela, que está atualmente detido preventivamente, for julgado.
"Vamos lá estar, de forma ordeira, para lembrar os homens da Justiça que há houve Gabrielas a mais e se as penas continuam a ser quase simbólicas mais haverá", anunciou.