A assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, esta sexta-feira, a resolução simbólica para "trégua humanitária imediata" entre Israel e o Hamas e exigiu acesso humanitário à Faixa de Gaza, para ajuda e proteção aos civis.
A resolução, elaborada por estados árabes, passou com 120 votos a favor. Houve 45 abstenções e 14 países - incluindo Israel e os Estados Unidos - votaram contra, segundo avança a Reuters. Portugal votou a favor.
Tendo em conta que as abstenções não contam, a resolução passou com mais de dois terços de aprovação, a proporção mínima necessária.
A resolução apela a "uma imediata, duradoura e sustentada trégua humanitária que leve a uma cessação das hostilidades".
Israel rejeita um cessar-fogo, por considerar que beneficiaria o Hamas, que assim poderia, segundo o embaixador do país na ONU, Gilad Erdan, "rearmar-se, para voltar a massacrar" o povo israelita.
"Apelos a um cessar-fogo não são esforços pela paz. São tentativas de amarrar as mãos de Israel, impedindo que eliminemos uma enorme ameaça aos nossos cidadãos", afirmou, acrescentando que esta guerra coloca "a democracia cumpridora da lei de Israel contra Nazis dos tempos modernos".
Já o embaixador palestiniano, Riyad Mansour, que argumentou a favor de um cessar-fogo, acusou algumas nações de aplicar dois pesos e duas medidas.
"Como podem alguns estados explicar o quão horrível é que mil israelitas tenham sido assassinados e não sentir a mesma raiva quando mil palestinianos são agora assassinados todos os dias? Por que não sentem a urgência de acabar com essas mortes?", questionou.
Já antes da assembleia-geral, o secretário-geral da ONU, António Guterres, tinha reiterado o apelo a um cessar-fogo.
"Todos têm de assumir as suas responsabilidades. Este é o momento da verdade. A História vai julgar-nos a todos", escreveu o antigo primeiro-ministro português no X (antigo Twitter).
Guterres pediu também "a libertação incondicional de todos os reféns e a entrega de apoios que podem salvar vidas".