O número de pessoas que atravessaram as fronteiras entre a Ucrânia e os países vizinhos desde o início da invasão russa ultrapassou os dez milhões, segundo o último balanço da Agência da ONU para os refugiados.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia levou a que cerca de 16 milhões de pessoas abandonassem as suas casas – mais de seis milhões de deslocados internos e dez milhões para os países vizinhos –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária no país.
A ofensiva militar na Ucrânia recebeu a condenação da generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
A invasão russa levou a uma crise alimentar e energética mundial e as Nações Unidas alertaram para o risco de múltiplas fomes este ano. A Rússia e a Ucrânia são responsáveis por quase um terço das exportações mundiais de trigo.
As tensões geopolíticas devido ao conflito também têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros. Em Portugal, em 2021, o gás russo representou menos de 10% do total importado.