A empresária angolana Isabel dos Santos esteve, na quinta-feira, em Lisboa. Esta visita rápida teve como objetivo tratar de procurações para conceder plenos poderes de representação aos seus advogados.
A filha do ex-presidente angolano deixou o país, num avião da TAP rumo a Londres, à mesma hora a que os procuradores-gerais da República de Portugal e Angola terminavam uma reunião sobre o futuro que a espera, avança o “Jornal de Notícias”.
Fontes próximas do diário avançam que dificilmente voltará a ser vista em Portugal nos próximos tempos, até pela possibilidade de em breve vir a ser emitido contra si um mandado de captura internacional por parte de Angola e de haver acordo de extradição entre os dois países.
Isabel dos Santos foi constituída arguida na sequência das revelações do Luanda Leaks, anunciou a Procuradoria-Geral da República de Angola. É suspeita de alegada má gestão e desvio de fundos enquanto esteve na liderança da petrolífera estatal Sonangol.
O procurador-geral da República de Angola, Hélder Pitta Grós, disse à chegada a Lisboa, esta quarta-feira, que veio pedir ajuda.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
A empresária Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político orquestrado para a neutralizar e sustentou que as alegações feitas contra si são "completamente infundadas", prometendo "lutar nos tribunais internacionais" para "repor a verdade".