Os médicos voltam esta terça-feira à greve contra a proposta do Governo de valorização da carreira, uma paralisação de dois dias que a federação sindical garante que não afetará a assistência aos peregrinos da Jornada Mundial da Juventude.
"Temos a expectativa de que a adesão seja elevada, tendo em conta o nível de descontentamento. O resultado da última reunião [com o Ministério da Saúde] criou uma onda de descontentamento ainda maior", adiantou à Lusa a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Esta greve coincide com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a decorrer em Lisboa, mas Joana Bordalo e Sá garantiu que as urgências hospitalares estão abrangidas pelos serviços mínimos.
"Em termos hospitalares, quem estiver escalado para fazer urgência, vai fazê-la, porque é serviço mínimo e está completamente salvaguardado. Nunca foi nosso intuito prejudicar de forma alguma" a JMJ, salientou a dirigente sindical.
Em causa está a "proposta totalmente inaceitável" que o Governo apresentou na última semana aos sindicatos, no âmbito das negociações que se iniciaram ainda em 2022, e que "não contempla" a valorização salarial aplicada de forma transversal a todos os médicos, adiantou Joana Bordalo e Sá.
A FNAM rejeita a manutenção das 40 horas de trabalho semanais e o acréscimo do limite de horas extraordinárias das atuais 150 para 300 por ano, o aumento "irrisório do salário base entre 0,4% e 1,6%", a manutenção das 18 horas de urgência e as regras previstas para o novo regime de dedicação plena.