Chuvas torrenciais causam três mortes, deslizamentos e apagão na Califórnia
07-02-2024 - 14:47
 • Lusa

Mau tempo decorre do fenómeno meteorológico denominado rio atmosférico que, pela segunda vez numa semana, provoca uma tempestade naquela região dos EUA.

Uma tempestade de proporções históricas que se abateu sobre a Califórnia nos últimos dias causou três mortes, deslizamentos de terra sobre as mansões dos Hollywood Hills e um apagão que deixou um milhão de pessoas sem energia.

As mortes resultaram de acidentes com queda de árvores, durante a segunda tempestade numa semana causada por um fenómeno meteorológico denominado rio atmosférico. A estimativa é de que cerca de 257 árvores caíram total ou parcialmente por causa da força da chuva.

"Vamos enviar ajuda assim que vocês a requisitarem", disse o Presidente Joe Biden, durante uma conferência de imprensa em Los Angeles com a mayor Karen Bass, que colocou o telemóvel junto ao microfone. "Basta dizerem. É por isso que estou a telefonar", garantiu o presidente.

Biden falou com o governador do estado, Gavin Newsom, e disse que a agência que responde a emergências, FEMA (Federal Emergency Management Agency) estava posicionada para dar assistência à Califórnia.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um alerta de inundações "potencialmente históricas" abrangendo cerca de 38 milhões de habitantes no estado. Algumas zonas dos condados de Ventura e Santa Barbara, adjacentes a Los Angeles, tiveram ordem de evacuação devido ao perigo de deslizamentos de terra.

O sul da Califórnia, onde não chove em grande abundância e que tem uma situação de seca quase crónica, foi particularmente atingido por estas tempestades, com volumes de precipitação nunca antes vistos.


A zona abastada de Bel Air foi a mais fustigada, seguida de Woodland Hills, Van Nuys, Calabasas e baixa de Los Angeles. Vários troços de autoestradas foram interrompidos, incluindo a SR-33 nos dois sentidos e parte da Pacific Coast Highway, enquanto o aeroporto de Santa Barbara esteve encerrado devido a inundação.

"Este foi um dia duro para a nossa cidade, um dia duro para os angelenos", disse a mayor Karen Bass na segunda-feira, referindo que vários proprietários viram as suas casas devastadas por deslizamento de terras.

Nas Hollywood Hills, detritos e deslizamentos cobriram mansões e foi necessária assistência por risco de desmoronamento numa casa em Hacienda Heights. A cidade de Los Angeles contabilizou pelo menos 307 deslizamentos e 159 aluimentos de estradas. Sete mil residentes continuavam sem eletricidade na terça-feira.

O superintendente do distrito escolar de Los Angeles (LAUSD), o luso-descendente Alberto Carvalho, decidiu manter as escolas abertas com exceção de duas -- a Vinedale College Preparatory Academy e a Topanga Elementary Charter School.

"Considerando o facto de que os nossos estudantes dependem da alimentação oferecida na escola, tomámos a decisão de manter as nossas escolas abertas", disse Carvalho aos jornalistas. Na terça-feira, o superintendente informou que 63% dos estudantes compareceram às aulas na segunda-feira, apesar da expectativa de ainda maior absentismo devido à tempestade.

No distrito escolar Santa Monica-Malibu, que é separado do LAUSD, as escolas foram encerradas.

A chuva também levou à ativação de um plano de emergência para salvaguardar os milhares de pessoas em situação de sem-abrigo que vivem em tendas. Um acampamento de sem-abrigo em San Bernardino, a cerca de 100 quilómetros de LA, ficou inundado e levou os bombeiros a intervirem para salvar uma mulher.