Logo no início da intervenção, aberta aos jornalistas, António Costa falou da decisão do conselho europeu em formalizar a saída do procedimento por défice excessivo e de “uma agência de rating, pela primeira vez em muitos anos ter dado uma visão positiva sobre a evolução da nossa dívida”.
O líder do PS a sublinhar que “temos bons motivos para estar orgulhosos dos resultados que o país tem alcançado do ponto de vista económico e também na gestão orçamental”, mas a acrescentar que “temos que estar determinados a fazer aquilo que falta fazer, não nos podemos estar conformados nem nos deixar deslumbrar, há muito ainda por fazer”.
E o que é preciso ainda fazer? Costa explicou que é necessário garantir que este crescimento é sustentável, que a convergência vai prosseguir” e que “temos muito ainda por fazer para criar mais oportunidades de emprego” aos desempregados.
Assim, para o secretário geral socialista há razões para orgulho, mas sobretudo uma “responsabilidade de trabalhar para podermos ter bons resultados”, para depois dizer que o caminho já seguido “nos permitiu devolver confiança e sem confiança não teria havido aumento do investimento, não teria havido aumento de exportações”.
Orçamento de Estado à vista, piscar de olho à esquerda
Nesta intervenção aos dirigentes nacionais do PS, António Costa definiu a estratégia para os próximos tempos. É “fundamental continuar a assegurar confiança” elencando que isso passa por vários factores e que “passa seguramente por mantermos estabilidade política e continuarmos a manter com o PEV, com o PCP e com BE o relacionamento saudável, construtivo leal e franco”.
A quatro meses da apresentação do Orçamento de Estado no Parlamento e quando as negociações com os parceiros de esquerda estão em curso, o líder do PS e primeiro-ministro a sublinhar que a relação entre aqueles partidos se tem baseado “no respeito pela identidade de cada um temos sabido construir uma solução que tem garantido ao país estabilidade política.
Ora, o secretário-geral do PS diz ao próprio partido que está convicto que existem “condições para continuar a garantir ao país estabilidade política até ao final desta legislatura”.
Uma intervenção do primeiro-ministro numa altura em que surgem cada vez mais críticas por parte do Bloco de Esquerda e do PCP sobre a política do governo, nomeadamente em relação às questões da precariedade ou ainda em relação à polémica em torno da localização da agência europeia do medicamento.