A falta de professores nas escolas poderá agravar-se ao longo do ano letivo, alerta o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
Esta quarta-feira, cerca de um milhão de alunos regressam às aulas, depois de um primeiro período em que milhares não tiveram professor a pelo menos uma disciplina.
Em declarações à Renascença, Filinto Lima admite que “a situação poderá agravar-se, porque em dezembro centenas de professores jubilaram-se".
Cenário que deverá repetir-se em janeiro e fevereiro: “não é fácil a sua respetiva substituição e, por outro lado, sabemos que os nossos jovens não querem seguir a carreira de professor”.
Questionado sobre o número exato de docentes que saíram até 31 de dezembro do ano passado e sobre os que poderão sair nos primeiros meses de 2024, Filinto Lima diz que “não é fácil quantificar”, mas diz não ter dúvidas de que é um problema que "tende a agravar-se, enquanto não for resolvido de uma forma estrutural”.
A pouco mais de dois meses das eleições legislativas, Filinto Lima insiste na “necessidade de um pacto para a Educação em Portugal” e apela ao futuro ministro das Finanças “para que apoie o colega da Educação” no pagamento dos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço congelado.
Para Filinto Lima, o desbloqueio do impasse seria “um passo importante” para promover a atratividade da carreira docente que, à falta de recursos humanos, procura alternativas em profissionais de outras áreas fora do ensino.
“Não sendo a solução ideal, é a solução que existe”, admite o presidente da ANDAEP.
“Não há uma aposta forte na educação e, portanto, os professores preferem outras profissões que não o exercício da carreira docente, porque são mais bem pagos, a progressão é mais apetecível e, portanto, alguns deles deixam mesmo a carreira docente para se dedicarem a outras profissões”, conclui.