Os republicanos garantiram na quarta-feira a recuperação do controlo da câmara de representantes dos EUA, podendo tornar-se um obstáculo à estratégia política do presidente Joe Biden.
Depois de ter perdido a hipótese de recuperar o senado, o Partido Republicano conseguiu uma ligeira minoria na câmara baixa do Congresso, muito longe da "onda vermelha" (a cor do partido), prometida pelo ex-presidente Donald Trump como desfecho das eleições intercalares que decorreram no passado dia 8.
Com alguns círculos eleitorais ainda por esclarecer, os republicanos atingiram na quarta-feira os 218 lugares que garantem a maioria na câmara de representantes, suficiente para criar dificuldades à agenda política de Joe Biden, nos próximos dois anos.
Com este resultado, o Congresso dos EUA regressa ao modelo de "casa dividida", com o senado controlado pelos democratas e com a câmara de representantes liderada pelos republicanos.
O Partido Republicano não esperou pelos resultados finais para começar a escolher o líder da maioria na câmara baixa do Congresso, tendo indicado o nome de Kevin McCarthy para substituir a democrata Nancy Pelosi.
Na rede social Twitter, o Presidente Biden deu os parabéns a Kevin McCarthy e escreve que está pronto para trabalhar em conjunto com os republicanos pelas famílias norte-americanas.
Já no Senado, a câmara alta do Congresso, a maioria continua assegurada pelos democratas, graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris, e ainda podem ganhar um novo assento, na segunda volta no estado da Geórgia, marcada para dia 6 do próximo mês.
Na semana passada, o professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Eduardo Paz Ferreira, considerou que os resultados das eleições intercalares nos Estados Unidos da América (EUA) são "uma enorme derrota de Donald Trump", que apoiou candidatos mais radicais que não tiveram o resultado esperado.
Eduardo Paz Ferreira diz que a noite eleitoral deu mais sinais positivos aos Democratas do que aos Republicanos.
"A sensação que dá é que o ambiente era de tal forma pesada e de terror, que terá havido alguma retração dos eleitores Democratas nas sondagens, mas na realidade foram muito importantes. Todos os referendos que foram aprovados nestas eleições foram no sentido progressista", realçou, à Renascença.
[notícia atualizada às 7h00 de dia 17]