Da esquerda à direita, Ruben de Carvalho recordado como um “dos melhores”
11-06-2019 - 12:32
 • Renascença

O histórico comunista morreu nesta terça-feira aos 74 anos.

João Soares (PS), Jaime Nogueira Pinto e Paulo Rangel (PSD) reagem à morte do comunista Ruben de Carvalho destacando a sua inteligência, sentido de humor e ligação à cultura.

“A cultura, a sociedade civil e a política” perderam um dos “seus melhores”, diz o eurodeputado social-democrata.

Na sua página no Twitter, Paulo Rangel diz ter “conhecido bem Ruben de Carvalho” e “admirava-o muito”.

À Renascença, o socialista Joao Soares, que assumiu a Câmara de Lisboa depois de Ruben de Carvalho ter estado na autarquia com Jorge Sampaio, fala de um homem incontornável na vida política e cultural da cidade.

“É uma perda triste para o país, para o seu partido – o PCP, a que foi fiel desde muito antes do 25 de Abril”, afirma o socialista, apontando a Ruben de Carvalho “inteligência, acutilância política, sentido de humor e uma imensa cultura”.

Mais à direita, Jaime Nogueira Pinto fala de Ruben de Carvalho como um homem inteligente, com quem partilhou um programa de debate na Antena 1.

“Recordo-o com saudade e com amizade”, afirma à Renascença. “Foi uma experiência muito interessante nestes anos que fizemos os Radicais Livres. Tendo convicções políticas bastante diferentes e até bastante opostas, conseguíamos de facto conversar normalmente. Era uma pessoa culta, inteligente, agradável, divertida”, aponta.

Voltando ao campo socialista, Fernando Medina opta por recordar a "energia mobilizadora" e a "capacidade de diálogo" do comunista Ruben de Carvalho, que descreve como um "profundo conhecedor" da cidade.

"Incansável na sua energia criativa e mobilizadora, Ruben de Carvalho tinha um enorme sentido de humor e grande capacidade de diálogo. Foi isso, aliás, que marcou a sua passagem pela Câmara Municipal de Lisboa enquanto vereador", refere o presidente da autarquia lisboeta, numa nota enviada à agência Lusa.

“Sabia tudo sobre a cidade, desde a história de um qualquer recanto à origem do nome daquela rua”, destaca ainda na nota em que presta condolências à família de Ruben de Carvalho e, "em particular, à sua companheira, Madalena".

Mais próximo do Partido Comunista, as reações também não se fizeram esperar, com o secretário-geral do partido a destacar o “homem de combate e de confronto de ideias”.

O escritor e dramaturgo Mário de Carvalho destaca “a pessoa culta, inteligente, interessada e com um enorme poder de convicção e uma imensa facilidade de palavra” para concluir que “o Partido Comunista perde um grande valor de intervenção”.

Já o conselheiro de Estado Domingos Abrantes diz que “temos de nos inclinar perante a morte” de Ruben de Carvalho, que tanto contribuiu “para a conquista da liberdade” e “a construção do Portugal democrático”.

Ruben de Carvalho morreu nesta terça-feira aos 74 anos, vítima de doença. Era o único membro no atual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas cadeias da PIDE durante o Estado Novo.

Era atualmente responsável na Câmara Municipal de Lisboa pelo Roteiro do Antifascismo e fazia parte da organização da Festa do Avante! desde o seu início, em 1976. Era jornalista de profissão.