A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, defendeu este sábado como fundamental mais esclarecimentos sobre a TAP e a reunião pedida pelo PS e sobre "as versões contraditórias" do ministro João Galamba e o seu ex-adjunto.
"Parece-nos fundamental que sejam apurados mais esclarecimentos além das declarações que o ministro João Galamba prestou hoje", disse à Lusa, acrescentando ser importante um contraditório na Assembleia da República "relativamente à questão das notas enviadas ou não para a comissão, e as versões contraditórias entre o ministro e o seu ex-adjunto, Frederico Pinheiro". .
Todo o caso envolvendo a TAP, o ministro das Infraestruturas e Frederico Pinheiro, noticiado nos últimos dias, assume nas palavras da deputada "contornos claramente bizarros", tendo em conta até uma suposta escalada de violência e de uma detenção contra a vontade do próprio Frederico Pinheiro nas instalações do ministério.
O caso, disse Inês Sousa Real, ultrapassa mesmo o âmbito da comissão parlamentar de inquérito, pelo que "é fundamental" ouvir o ministro João Galamba, o diretor do SIS (instituição que teria estado envolvida na recuperação do computador de Frederico Pinheiro) na primeira comissão, de Direitos, Liberdades e Garantias.
"Porque num Estado de direito democrático não nos parece minimamente normal que um cidadão, alegadamente contra a sua vontade, seja retido num edifício do Estado, com os contornos que depois todo o caso assumiu", justificou a porta-voz.
Inês Sousa Real salientou também que o primeiro-ministro não pode "continuar remetido ao silêncio" quando o país vive há meses em "instabilidade política incompreensível" em vez de estarem a ser resolvidos problemas em matérias fundamentais.
A maioria absoluta do PS, disse, tem isolado o Governo e o primeiro-ministro e António Costa deve prestar esclarecimentos "a bem da credibilidade das instituições e do próprio poder político".
Questionada sobre se João Galamba tem condições para se manter no cargo, a deputada disse que o ministro está há muito fragilizado, uma fragilidade que nem é só de João Galamba mas de todo o Governo.
"Não era isto que os portugueses esperavam de uma maioria absoluta", disse, reafirmando a preocupação pela forma como o país está a ser gerido.
"Porque já era mau o suficiente termos todos ficado a saber que uma empresa que custa aos portugueses mais de três mil milhões de euros anda a ser gerida por ´whatsapp´ e emails, agora também com toda esta trapalhada de se reterem pessoas, de acesso a computadores que têm e que se calhar não deviam de ter...", são fundamentais todos os esclarecimentos, disse.