Quem cuida dos objetos utilizados no filme, nomeadamente das armas, é que deve ser responsabilizado pela morte de Halyna Hutchins, de 42 anos, defende o pai da diretora de fotografia de “Rust”, atingida com um tiro disparado acidentalmente.

“Alec Baldwin não tem culpa”, afirmou.

O ator já se encontrou com o viúvo de Halyna, Matthew Hutchins, e com o filho do casal. O viúvo e Baldwin abraçaram-se e Matthew Hutchins afirmou que o ator está a ser “muito prestável”, revela o jornal “Daily Mail”.

Baldwin estava a praticar

O tiro que matou a diretora de fotografia do filme “Rust” foi disparado enquanto Baldwin estava a praticar um sacar de arma, revela o realizador Joe Souza.

O ator estava “sentado no banco de um edifício de igreja e estava a praticar um sacar cruzado”, afirmou no seu depoimento à política de Santa Fé, no México, onde o filme estava a ser rodado.

O sacar cruzado é quando um atirador puxa a arma de um coldre no lado oposto do corpo da mão que o saca.

Também ouvido pelas autoridades, o operador de câmara Reid Russell adianta que o ator estava a “tentar explicar como é que iria sacar a arma e onde estaria o seu braço quando a arma fosse puxada do coldre”.

Russell diz não saber porque é que “a arma foi disparada e apenas se lembra do estrondo” que provocou, refere no depoimento, divulgado nesta segunda-feira pela CNN.

O operador de câmara sublinha que Baldwin era “muito cuidadoso” quando manuseava armas e recorda um momento em que o ator “se certificou de que era seguro e que nenhuma criança não estava perto dele quando estava a disparar uma arma durante a cena”.

Ao recordar o momento, o realizador Joel Souza refere que estava a olhar por cima do ombro de Halyna Hutchins “quando ouviu o que parecia ser um chicote e um estalo alto”.

Nessa altura, Hutchins começou a queixar-se “do estômago, agarrada à barriga”, descreve ainda no depoimento.

Por seu lado, Reid Russell lembra-se de ouvir Hutchins “a dizer que não conseguia sentir as pernas” e de ver os médicos a tratá-la enquanto sangrava no chão.

Rodagem em dia de greve

Quer Joel Souza quer Reid Russell deram conta da existência dificuldades na rodagem do filme, naquele dia, por causa da greve de alguns elementos, que reivindicavam melhores condições de trabalho.

Na sequência disso, Souza tinha apenas uma câmara disponível, que não estava a gravar no momento em que tudo aconteceu. O realizador confirmou ainda ter ouvido o termo “arma fria” (“cold gun”), que significa que a arma está vazia.

Segundo Souza, apenas três pessoas estavam a manusear armas nas cenas, todas elas alegadamente verificadas pelo armeiro e o primeiro assistente de direção e depois entregues ao ator que as utilizou.

“A única coisa verificada são as armas de fogo para evitar que haja munição real nelas” e “Joel Souza afirmou que nunca deveria haver projéteis reais perto ou ao redor do local”, refere o investigador à CNN.

O acidente ocorreu na quinta-feira e deixou Alec Baldwin “em choque”. Não foi apresentada queixa, mas foram apreendidos todos os equipamentos utilizados nas filmagens.

Na próxima quarta-feira poderá haver mais informações, durante uma conferência de imprensa do Xerife do Condado de Santa Fé.