"Na quinta-feira estarei a falar de direitos humanos no Qatar”, diz Marcelo
22-11-2022 - 15:38
 • Teresa Paula Costa , com redação

O Presidente da República defende a importância da viagem ao Qatar, também porque a seleção portuguesa de futebol representa o “interesse nacional” no mundo.

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O Presidente da República defende que a melhor maneira de falar de direitos humanos é ir aos países onde esses direitos não existem e influenciá-los.

Em Leiria, à margem de uma aula-debate com alunos de uma escola, Marcelo Rebelo de Sousa reagiu à autorização do Parlamento para se deslocar ao Qatar, para apoiar a seleção no Mundial de Futebol.

O chefe de Estado considera que a deslocação ao Qatar enquadra-se nesta orientação de promoção dos direitos humanos.

“Nós mantemos relações diplomáticas com a maioria dos estados do mundo, esmagadora não é democrática. É a única maneira de democracias poderem falar com não democracias sobre os problemas do mundo. É completamente diferente ir lá dizer o que se pensa sobre a situação política lá”, disse Marcelo Rebelo de Sousa

No âmbito da deslocação, marcada para quinta e sexta-feira, o Presidente da República diz que vai aproveitar para falar de direitos humanos, uma questão que tem ensombrado o Mundial de Futebol.

“Eu intervenho num debate sobre educação e um dos pontos fundamentais da educação são os direitos humanos. Depois de amanhã, estarei a falar de direitos humanos no Qatar”, salientou.

O chefe de Estado defende a importância da viagem ao Qatar, também porque a seleção portuguesa de futebol representa o “interesse nacional” no mundo.

“A seleção portuguesa de futebol é uma forma de projeção do interesse nacional tão forte, tão forte, e portanto a presença da seleção é uma forma de presença de Portugal e dos interesses portugueses e entra dentro da lógica que tem sido seguida na política externa portuguesa”, sublinhou.

A Assembleia da República aprovou esta terça-feira a deslocação do Presidente da República ao Qatar, para assistir ao primeiro jogo da seleção nacional no Mundial. Em plenário, PS, PSD e PCP votaram a favor da deslocação.

Questionado sobre os votos contra, Marcelo Rebelo de Sousa relativizou a questão: “É uma autorização que terá o sentido que eu quiser atribuir. Os votos contra foram no conteúdo, não foram formais. Significa que houve uma ponderação política”.