A GNR vai destacar 2.800 militares para o Rali de Portugal, que decorre entre quinta-feira e domingo, e pede que não se auxiliem os pilotos em caso de acidente, devido aos perigos dos carros híbridos.
"Apontamos para um efetivo a rondar os cerca de 2.800 militares durante a operação, numa média de cerca de 700 militares por dia, entre os dias 19 e 22 de maio", disse esta terça-feira, no Comando Territorial do Porto, em conferência de imprensa, o tenente-coronel João Fonseca, chefe de divisão de comunicação e relações públicas da GNR.
Apesar das provas começarem na quinta-feira em vários distritos do centro e norte do país, concretamente Coimbra, Viseu, Aveiro, Porto, Braga e Vila Real, a operação da guarda terá início já na quarta-feira, segundo o responsável, e envolverá os respetivos comandos territoriais.
João Fonseca explicou ainda que a operação no "maior evento desportivo nacional" contará com várias valências da GNR, dado o "expectável número muito elevado de espectadores", tanto portugueses como espanhóis.
As valências serão a territorial, de trânsito e intervenção, recebendo os comandos territoriais distritais reforços de outras unidades, "nomeadamente da unidade de intervenção, na valência de ordem pública, e também da unidade nacional de trânsito".
O major Francisco Martins, da unidade de relações públicas da GNR do Porto, deixou um alerta concreto à população acerca dos carros híbridos elétricos, uma novidade no Rali de Portugal em 2022.
"Em caso de qualquer acidente de viação com um carro híbrido, que este ano vão estar como novidade no Rali de Portugal, não tenham a tendência ou a postura de ir mexer no carro ou de tentar fazer qualquer ação nesses carros", avisou.
Segundo o major da GNR, "o ideal é não mexer em qualquer carro que tenha um acidente, principalmente se o carro ficar no troço, tendo em conta que, com exceção do último carro, vão passar mais carros a seguir", havendo o perigo do acidente tomar proporções maiores.
Devido à corrente elétrica de alta voltagem das novas viaturas em prova, em caso de acidente os perigos são acrescidos.
Horácio Rodrigues, diretor do rali, lembrou que há informação "nas zonas espetáculo, nas zonas de público", sobre como as pessoas "devem proceder e não devem proceder em relação aos carros híbridos", alertando que podem "ser perigosos apenas no tato".
Assim, já não pode haver "aquele voluntarismo de num acidente num R1 [carro híbrido] pô-lo direito na pista outra vez".
"Podemos ficar lá agarrados, aquilo é perigoso", alertou, detalhando que os carros estão identificados com umas luzes: se for verde pode ser tocado, mas se for vermelho "não se toca no carro".
As autoridades e a organização fizeram ainda os habituais apelos à colaboração do público com as medidas de segurança, nomeadamente a circunscrição às zonas espetáculo, a ida para as classificativas com antecedência e o respeito pelas restrições de trânsito.
"Prevemos a existência de temperaturas elevadas para os dias da competição, pelo que é importante que tenham cuidado com todos os comportamentos que possam provocar incêndios", podendo, além do perigo da situação, cancelar classificativas, disse ainda Francisco Martins.
O major apelou ainda ao respeito pelo ambiente, aos cuidados no estacionamento quanto à prevenção de furtos e à prevenção quanto ao consumo excessivo de álcool, especialmente para quem vai conduzir após o término da prova.
A 55.ª edição do Rali de Portugal tem um percurso total de 1.535,35 quilómetros, dos quais 343,3 cronometrados, num total de 22 classificativas.