Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, alertou esta sexta-feira para as "situações gravíssimas" que têm acontecido "em muitos lares" de idosos pelo país, durante a pandemia de Covid-19, e exigiu "respostas com caráter de urgência".
"Sabemos que estamos perante um vírus perigoso contra o qual nenhuma instituição, por mais organizada, está imune. Mas, ao longo dos meses, têm-se registado situações gravíssimas em muitos lares, um pouco por todo o País", afirmou, num comício em Montemor-o-Novo (Évora).
Segundo Jerónimo de Sousa, estas situações "põem a nu as fragilidades e lacunas de muitos" dos lares e, "sendo anteriores ao atual contexto" da pandemia de Covid-19, "acenderam um perigoso 'rastilho' que exige respostas com caráter de urgência".
"As situações gravíssimas que se vivem em muitos lares evidenciam fragilidades, bem patentes no agravamento do número de contágios, entre trabalhadores e idosos", frisou.
E "revelam igualmente situações de carência na prestação de cuidados fundamentais aos idosos", por exemplo "por falta de pessoal", argumentou o secretário-geral do PCP, na sua intervenção no comício de apoio à candidatura de João Ferreira às eleições presidenciais de dia 24.
"É fundamental que sejam avaliadas e reajustadas as medidas tomadas ao longo destes meses, adotando respostas de emergência", defendeu.
Quer "de reforço de trabalhadores" com vista a "suprir as carências de recursos humanos que permitam assegurar o cumprimento dos planos de contingência, a qualidade dos cuidados diários aos idosos" ou "a defesa da sua saúde", quer "na realização de atividades" que assegurem o "estímulo motor e psicológico" dos idosos dos lares, com o objetivo de mitigar "as consequências do isolamento".
No seu discurso, perante uma plateia com algumas dezenas de militantes e simpatizantes comunistas, Jerónimo de Sousa alertou para "as consequências pessoais e sociais entre os reformados, pensionistas e idosos", no âmbito da pandemia de Covid-19.
É "fundamental na luta contra o vírus que todos e cada um de nós tome as medidas preventivas adequadas", disse.
Mas é também "imperioso travar e combater as consequências pessoais e sociais nefastas que esta situação está a gerar, com o aumento exponencial do isolamento e solidão, que tem implicações profundas e, nalguns casos, irreversíveis na saúde física e psicológica de muitos idosos", salientou.
Além dos temas relacionados com a Covid-19, o discurso do líder comunista esteve igualmente centrado nas eleições presidenciais que se avizinham e no candidato apoiado pelo partido. Jerónimo de Sousa insistiu, como em iniciativas anteriores, tratar-se de uma candidatura "diferente" e garantiu que o voto em João Ferreira "nunca será, nem perdido, nem traído".
A pandemia de Covid-19 provocou mais de 2 milhões de mortos resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.543 pessoas dos 528.469 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.