A informação sobre a retirada do nome do ex-presidente brasileiro foi divulgada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, que também questionou o governo de Kiev, por email, sobre o caso, mas não obteve resposta.
O ex-presidente brasileiro terá sido incluído na lista por ter declarado numa entrevista à revista Time que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, era tão culpado quanto o Presidente russo, Vladimir Putin, pela guerra na Ucrânia.
“Fico vendo o Presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Essa cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado”, disse o ex-presidente Lula da Silva.
O Governo ucraniano também alegava que o líder progressita brasileiro teria dito que a Rússia “deve liderar a nova ordem mundial”, mas tal comentário foi negado pela assessoria do ex-presidente, que disse à Lusa que esta frase nunca foi proferida por ele e defendeu que a primeira razão apontada por Kiev está descontextualizada.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar já matou mais de 5.100 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,9 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.