Depois de duas semanas de campanha eleitoral, sem casos e que passou muitas vezes despercebida pela população, os perto de 254 mil eleitores vão escolher a composição da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, menos quase quatro mil do que em 2019, segundo dados do recenseamento leitoral.
De acordo com o site da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, estavam registados, à data de 9 de setembro, 253.865 eleitores, dos quais 248.519 na ilha da Madeira e 5.346 na ilha do Porto Santo.
O Funchal é o concelho com mais eleitores, com 104.917, seguindo-se Santa Cruz, com 39.705, e Câmara de Lobos, com 32.402. O concelho com menos eleitores inscritos é Porto Moniz, com apenas 3.020.
Pela primeira vez o PSD, que governa a região há 47 anos, vai a eleições coligado com o CDS. Há 4 anos, Miguel Albuquerque não conseguiu a maioria absoluta e fez coligação pós-eleitoral com o CDS para formar um governo de maioria.
O PSD que chegou a ter perto de 70 por cento dos votos nos anos 80, na última eleição de Alberto João Jardim em 2011, baixou dos 50% e desde essa altura tem vindo sempre a descer. Nas últimas eleições regionais teve apenas 39,4 por cento dos votos e elegeu 21 mandatos.
O social-democrata Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional desde 2015, é o cabeça de lista da candidatura e garantiu várias vezes durante a campanha que não governa se não tiver maioria absoluta.
A Renascença tem emissão especial esta noite, a partir das 23 horas, conduzida pela jornalista Susana Madureira Martins, com reportagem de Manuela Pires, análise de Henrique Monteiro e debate com Hugo Soares, secretário geral do PSD, e Porfirio Silva, deputado do PS.
O segundo maior partido da região é o Partido Socialista, que apresenta a estas eleições o líder regional Sérgio Gonçalves. Tem nestas eleições uma tarefa complicada, porque será difícil alcançar o resultado do partido em 2019, 35,7 por cento, o melhor desde 1975 com a eleição de 19 deputados.
O Juntos Pelo Povo que começou com um grupo de cidadãos é nesta altura a terceira força política com mais representação na região. A primeira vez que concorreu em 2015 elegeu 5 deputados, nas últimas eleições elegeu apenas 3 deputados. O candidato é Élvio Sousa, secretário-geral do partido, que deixou de fora das listas o irmão, Filipe Sousa que era o presidente do JPP, mas na sequência desta decisão abandonou a liderança do partido.
Na eleição deste domingo há dois novos partidos que podem entrar pela primeira vez na assembleia legislativa, o Chega e a Iniciativa Liberal. Os dois partidos já concorrem nas últimas eleições regionais, mas tiveram votações residuais. Miguel Castro é o candidato do Chega, pela Iniciativa Liberal Nuno Morna vai de novo a votos na região.
À esquerda, a CDU tem apenas um deputado na assembleia legislativa e o Bloco de Esquerda que chegou a ter um grupo parlamentar, nas últimas eleições não conseguiu qualquer mandato.
A CDU volta a apresentar como cabeça de lista o coordenador regional do PCP, Edgar Silva, e o Bloco de Esquerda aposta de novo em Roberto Almada que já foi deputado no parlamento e líder do partido na região.
Ao longo da campanha, os candidatos da oposição criticaram a uma só voz o governo de Miguel Albuquerque. O PS falou mesmo em tentativas de condicionar o voto, o bloco de esquerda acusa o Governo Regional de ser uma "quadrilha que rouba o povo", o PCP diz que Miguel Albuquerque é o responsável pelo aumento “gritante” das desigualdades sociais e da pobreza na região.
O CHEGA quer evitar a maioria absoluta de Miguel Albuquerque e o candidato da Iniciativa Liberal defende uma redução de impostos para os madeirenses.