Um Boeing 767 fretado pela Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) parte este domingo do aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, para a cidade moçambicana da Beira com 35 toneladas de ajuda humanitária.
A partida da delegação portuguesa foi acompanhada pela ministra da Saúde, Marta Temido, a quem o presidente da organização humanitária agradeceu o empenho do governo português, ao ter facilitado a ida de pessoal médico para Moçambique.
Entre as 35 toneladas enviadas por Portugal, vão também, a pedido do embaixador de Moçambique em Lisboa, Joaquim Bule, cabos de fibra ótica "para restabelecer as comunicações que são muito necessárias", disse o diplomata à Agência Lusa
O presidente da CVP, Francisco George destacou que o avião parte para a Beira graças à ajuda dos portugueses.
O avião tem um custo de cerca de 200 mil euros e foi totalmente financiado pela CVP, a partir dos donativos já recebidos.
O responsável da Cruz Vermelha disse também que todos os donativos serão alvo de uma auditoria independente.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 761 mortos, segundo os balanços oficiais mais recentes.
Em Moçambique, o número de mortos confirmados subiu hoje para 446, no Zimbabué foram contabilizadas 259 vítimas mortais e no Maláui as autoridades registaram 56 mortos.
O ministro da Terra e do Ambiente moçambicano, Celso Correia, sublinhou hoje que estes números ainda são provisórios, já que à medida que o nível da água vai descendo vão aparecendo mais corpos.
O número de pessoas afetadas em Moçambique subiu para 531.000 e há 109.000 entradas em centros de acolhimento, das quais 6.500 dizem respeito a pessoas vulneráveis - por exemplo, idosos e grávidas que recebem assistência particular.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está a preparar-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infecciosas, bem como de sarampo, em extensas zonas do sudeste de África afetadas pelo ciclone Idai, em particular em Moçambique.
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.
A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.