Novo caso ​Facebook. Pode ser “mais grave” que o escândalo Cambridge Analytica
05-12-2018 - 21:52

A possibilidade é admitida pelo eurodeputado Carlos Coelho, que já questionou a Comissão Europeia sobre dados passados pelo Facebook a empresas.

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O novo caso a envolver dados de utilizadores do Facebook é grave e pode representar uma violação grosseira do regulamento geral de proteção de dados da União Europeia, afirma o eurodeputado português Carlos Coelho.

De acordo com uma investigação do Parlamento britânico, o Facebook forneceu dados de utilizadores a algumas grandes empresas, como a Airbnb e a Netflix, pelo menos entre 2012 e 2015, numa altura em que o acesso a esses mesmos dados já era vedado para a maioria das organizações.

Em declarações à Renascença, Carlos Coelho diz já ter questionado a Comissão Europeia sobre um caso grave, que merece análise cuidada

“Eu ainda não sei se se trata de um acidente ou de uma operação comercial, isto é, se o Facebook vendeu bases de dados em violação da lei. Em qualquer circunstância é grave. Já dirigi à Comissão Europeia uma pergunta para saber o que tem a dizer sobre esta matéria e, se se confirmar que se trata – como parece - de uma violação grosseira do regulamento geral de proteção de dados da União, o que é que a Comissão Europeia pretende fazer, designadamente acionando os poderes que tem de multar as companhias que violam a lei europeia.”

Na leitura do eurodeputado do PSD, este novo caso pode ser mais grave do que o escândalo Cambridge Analytica, que também envolveu dados de utilizadores da maior rede social do mundo.

“Talvez mais grave, porque no caso Cambridge Analytica, supostamente, terá sido a cedência irregular de informação para um projeto académico que depois, afinal, tinha um interesse comercial. Neste caso, pode-se tratar, pura e simplesmente, de uma venda de dados, o que é manifestamente mais grave do que aquilo que aconteceu com a Cambridge Analytica”, sublinha Carlos Coelho.

A investigação do Parlamento britânico revelada conversas privadas por email entre executivos da empresa, incluindo Mark Zuckerberg. Nas 250 páginas do documento são expostas essas conversas e acordos preferenciais com algumas empresas.

A Renascença também falou com a Deco. A associação de defesa do consumidor considera que o relatório revelado esta quarta-feira ajuda a fundamentar a ação judicial em que pede uma indeminização para os utilizadores do Facebook.

Rita Rodrigues, da Deco Proteste, diz que estamos perante mais um dado preocupante de violação de dados pessoais.