Passaram 107 anos desde que o transatlântico de luxo Titanic afundou e ainda hoje circulam histórias sobre o naufrágio. A mais recente envolve uma carta escrita por um membro da tripulação, Richard Geddes, à esposa, Sarah.
O documento revela que o “inafundável” quase colidiu com outro navio, de menores dimensões, logo no dia seguinte em que deixou o porto de Southampton (Inglaterra).
"Minha querida Sal, zarpámos ontem depois de muitos problemas. Ao passarmos pelo ‘SS City of New York’, uma das cordas que o segurava rompeu-se e veio de encontro ao nosso [Titanic], mas nós evitámos a colisão”, descreve o tripulante.
Foi a 10 de abril de 1912 que o Titanic deixou Southampton rumo à Irlanda, para apanhar mais passageiros. Foi nesse trajeto que quase se deu a colisão com aquele navio. As duas embarcações terão ficado a poucos metros uma da outra, conta um artigo da Fox News assinado por James Rogers.
Na carta, Richard Geddes também comentava que o Titanic era muito melhor do que qualquer outra embarcação da frota “White Star Line”, como a RMS Olympic. Segundo o tripulante, o transatlântico era muito mais estável.
A carta prosseguia com perguntas sobre os filhos e dizendo à mulher para não se preocupar: "eu estou bem”, garantia, apesar do episódio relatado.
Richard Geddes tinha 31 anos e foi uma das mais de duas mil pessoas que se encontravam a bordo do Titanic quando o navio colidiu com um iceberg. Naufragou duas horas depois, provocando a morte a 1.496 pessoas. Estávamos a 14 de abril de 1912.
De acordo com a “Encyclopedia Titanica”, um site que reúne toda a informação sobre o Titanic, o incidente da “quase colisão” já sinalizava que a embarcação iria enfrentar problemas.
A carta que veio revelar o acontecimento foi a leilão no Reino Unido, na semana passada, juntamente com o envelope original, duas cópias de fotos de Geddes e de Sarah e a certidão de óbito do tripulante.
Na opinião do auditor Andrew Aldridge, em declarações Fox News, trata-se de uma “carta excecional a vários níveis, desde logo por ter sido escrita a bordo do Titanic e por descrever algo que poderia ter mudado o curso da história”.
O documento foi colocado em pré-venda com um valor entre quase 140 mil euros (155.885 dólares) e 209.718 euros (233.827 dólares).
Em 2017, uma carta recuperada no mar, pertencente a uma das vítimas mortais, foi vendida por 166 mil dólares.