Direitos das mulheres. Afegãos despem-se de preconceitos e desfilam de burca
05-03-2015 - 14:14
Cerca de 20 homens marcharam sob um céu cinzento, com burcas azuis ou brancas que caiam até aos pés, revelando apenas as suas sapatilhas ou botas enlameadas.
Um grupo de homens afegãos marchou pela capital, Cabul, esta quinta-feira para chamar a atenção para os direitos das mulheres. Vestiam burcas, cobertos da cabeça aos pés, uma peça que é considerada por muitos um símbolo de repressão.
A facção mais conservadora dos Talibã obrigou as mulheres a usar burcas em público durante o seu governo na década de 1990, mas esta regra voltou agora a ganhar nova dimensão no Afeganistão e entre seus aliados, ameaçando a liberdade das mulheres, que tinha sido conquistada desde 2001, aquando da acção militar, liderada pelos norte-americanos, que derrubou o regime islamita.
Os homens marcharam sob um céu cinzento, com burcas azuis ou brancas que caiam até aos pés, revelando apenas os seus ténis ou botas enlameadas.
Os manifestantes, associados a um grupo chamado Voluntários da Paz Afegãos, justificaram a organização desta marcha no âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de Março.
"As autoridades vão celebrar o dia em grandes hotéis, mas queríamos levá-lo para as ruas", explicou à Agência Reuters o activista Basir, de 29 anos. "Uma das melhores maneiras de entender como as mulheres se sentem é caminhar vestido com uma burca".
A burca cobre todo o corpo, tendo apenas uma espécie de janela de tecido, em malha cruzada, na zona dos olhos. Apesar de ser um símbolo da ideologia Talibã no que respeita às mulheres, é uma peça que continua a ser comum em muitas partes do Afeganistão.
Vários manifestantes afirmaram que vestir uma burca os fez sentir como se estivessem presos. No grupo, alguns erguiam cartazes onde se podia ler: “Igualdade” e “Não digam às mulheres o que podem vestir”.
A marcha, em que participaram cerca de 20 homens provocou diferentes reacções.
O polícia trânsito Javed Haidari, de 24 anos, parecia confuso e um pouco irritado. “Qual é a ideia disto? Todas as mulheres na minha família usam burca e eu não as deixaria sair para a rua sem uma”.
Durante a iniciativa, alguns homens pararam para assistir, rir e fazer comentários jocosos. Outros ainda disseram que os direitos das mulheres incentivam a prostituição.
Do lado feminino também houve reacções diversas. Uma adolescente, que vestia uma burca preta, disse que as mulheres não precisam de ninguém para defender os seus direitos. "Este é apenas uma ideia estrangeira para criar uma imagem negativa da burca e do Afeganistão. Estão a tentar que nos sintamos mal por cobrir o rosto”, sublinhou.
Uma mulher mais velha, que disse ter cerca de 60 anos, admitiu que o marido e o filho já lhe pediram para deixar usar burca. “Mas estou habituada e já a uso há 35 anos”.
A facção mais conservadora dos Talibã obrigou as mulheres a usar burcas em público durante o seu governo na década de 1990, mas esta regra voltou agora a ganhar nova dimensão no Afeganistão e entre seus aliados, ameaçando a liberdade das mulheres, que tinha sido conquistada desde 2001, aquando da acção militar, liderada pelos norte-americanos, que derrubou o regime islamita.
Os homens marcharam sob um céu cinzento, com burcas azuis ou brancas que caiam até aos pés, revelando apenas os seus ténis ou botas enlameadas.
Os manifestantes, associados a um grupo chamado Voluntários da Paz Afegãos, justificaram a organização desta marcha no âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de Março.
"As autoridades vão celebrar o dia em grandes hotéis, mas queríamos levá-lo para as ruas", explicou à Agência Reuters o activista Basir, de 29 anos. "Uma das melhores maneiras de entender como as mulheres se sentem é caminhar vestido com uma burca".
A burca cobre todo o corpo, tendo apenas uma espécie de janela de tecido, em malha cruzada, na zona dos olhos. Apesar de ser um símbolo da ideologia Talibã no que respeita às mulheres, é uma peça que continua a ser comum em muitas partes do Afeganistão.
Vários manifestantes afirmaram que vestir uma burca os fez sentir como se estivessem presos. No grupo, alguns erguiam cartazes onde se podia ler: “Igualdade” e “Não digam às mulheres o que podem vestir”.
A marcha, em que participaram cerca de 20 homens provocou diferentes reacções.
O polícia trânsito Javed Haidari, de 24 anos, parecia confuso e um pouco irritado. “Qual é a ideia disto? Todas as mulheres na minha família usam burca e eu não as deixaria sair para a rua sem uma”.
Durante a iniciativa, alguns homens pararam para assistir, rir e fazer comentários jocosos. Outros ainda disseram que os direitos das mulheres incentivam a prostituição.
Do lado feminino também houve reacções diversas. Uma adolescente, que vestia uma burca preta, disse que as mulheres não precisam de ninguém para defender os seus direitos. "Este é apenas uma ideia estrangeira para criar uma imagem negativa da burca e do Afeganistão. Estão a tentar que nos sintamos mal por cobrir o rosto”, sublinhou.
Uma mulher mais velha, que disse ter cerca de 60 anos, admitiu que o marido e o filho já lhe pediram para deixar usar burca. “Mas estou habituada e já a uso há 35 anos”.