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A redução da taxa social única (TSU) para as empresas foi chumbada esta quarta-feira, no Parlamento, por uma aliança formada por PSD, Bloco de Esquerda (BE), PCP e "Os Verdes" (PEV).
O Partido Socialista votou contra o chumbo da medida acertada com os patrões e a UGT e o CDS absteve-se na moção apresentada pelo BE.
A redução da TSU, acordada na concertação social, tinha como objectivo compensar o aumento do salário mínimo nacional para 557 euros, que já entrou em vigor.
A votação foi antecedida por um debate marcado por duras trocas de acusações entre o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e as bancadas do PSD e do CDS.
Governo não desiste de acordo
No final do debate parlamentar, Vieira da Silva foi questionado pelos jornalistas sobre os próximos passos a dar pelo executivo, nomeadamente sobre a elaboração de um "plano B".
"O Governo continua a considerar que fez bom acordo na concertação social. Uma medida foi chumbada pela Assembleia da República, mas o acordo existe. O Governo vai analisar a situação e naturalmente conversará com os parceiros sociais. As decisões que daí resultarem serão conhecidas", disse o ministro do Trabalho.
Nos argumentos finais, o líder da bancada parlamentar do PS, Carlos César, disse que o acordo de concertação é bom para o país, não deve ser posto em causa e acusou o PSD de ser contra o aumento do salário mínimo nacional.
"Começa a faltar apoio parlamentar ao Governo"
“As empresas não conseguem pagar estes salários e o PS resolver pôr a Segurança a pagar aquilo que a economia não pode pagar”, respondeu Luís Campos Ferreira, do PSD. Começa a faltar apoio parlamentar ao Governo, sublinhou o deputado social-democrata.
O líder da bancada parlamentar comunista, João Oliveira, disse que a crise política só existe na cabeça do PSD. O PCP “não será levado pela arreata” e “não aceita moedas de troca pelo aumento do salário mínimo”, sublinhou.
Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, ironizou que, "cambalhota por cambalhota", pelo menos desta vez o PSD defendeu o interesse dos trabalhadores e destacou o aumento do salário mínimo sem compensação através da TSU. A maioria de esquerda sai fortalecida deste debate, sublinha Pedro Filipe Soares.