O Governo apresenta, esta sexta-feira, aos partidos com representação parlamentar o cenário macroeconómico que servirá de base à sua proposta de Orçamento do Estado para 2023. O diploma que dará entrada na Assembleia da República na segunda-feira. Os primeiros a serem recebidos foram o Livre e o PAN.
Rui Tavares, do Livre, não desvendou o que o ministro das Finanças adiantou, afirmando apenas que o Executivo continua a afastar um cenário de recessão económica.
O líder do partido, que há cinco meses se absteve na votação do OE de 2022, diz que a maneira como vão abordar a discussão do próximo orçamento “depende de muito da maneira como vemos as medidas que foram aprovadas conjuntamente para 2022 serem levadas a sério. Já estamos a debater o orçamento de 2023 com outro grau de certeza entre ambas as partes. Se percebemos que ela foi esvaziada, então aí destruiu-se confiança e, evidentemente, abordaremos as negociações para 2023 de pé atrás… o que será uma má notícia para todos."
A líder do PAN, Inês Sousa Real, a segunda a reunir-se com o Governo, considera que as projeções do Executivo são otimistas e, no seu entender, “não estão a ser realistas com aquela que é a previsão para toda a Europa, a recessão económica decorrente até da crise energética.”
Na sua opinião, algo tem de ser feito, imediato, para aliviar as famílias e as pequenas e médias empresas, como por exemplo, através da taxa sobre os lucros extraordinários para se ir buscar receita para investir em medidas públicas essenciais.
A deputada considera ainda que os portugueses poderão ter de pagar a fatura no futuro como consequência destas medidas: “Poderemos estar agora a poupar para mais tarde ter de gastar quando o prejuízo vai ser muito maior. Enquanto, que se o alívio fosse feito a esse tempo, seria mais fácil as famílias e economia no seu geral reagirem à crise inflacionarem que estamos a viver”.
O Governo afasta a recessão no próximo ano e, segundo o jornal Público, prevê inflação de 4% em 2023. Nas reuniões com os partidos sobre o Orçamento do Estado para 2023, que se realizam ao abrigo do Estatuto da Oposição, o executivo vai estar representado pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e o pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.