A ligação por autoestrada entre Lisboa e o Porto apenas ficou concluída em setembro de 1991. Mas já então o PS criticava a “aposta no cimento” de Cavaco Silva e prometia empenhar-se na modernização do caminho de ferro quando fosse governo. Promessa sucessivamente repetida.
Mas não foi o que aconteceu. Com J. Sócrates primeiro-ministro, a construção de autoestradas atingiu níveis absurdos. Nalgumas delas ainda hoje o tráfego rodoviário é mínimo. Entretanto, o caminho de ferro definhava em Portugal.
Várias linhas férreas fecharam, porque – alegava-se – tinham poucos passageiros. E o transporte de mercadorias por comboio caía de ano para ano. O que não obstou a que se gastasse uma fortuna na preparação da Linha do Norte para comboios pendulares de grande velocidade. Só que nunca esses comboios puderam atingir as altas velocidades, por incapacidade do traçado da linha... Um dos maiores escândalos de desperdício de dinheiro dos contribuintes em Portugal, do qual pouco se fala.
Em 2013 e 2014 dá-se, porém, uma viragem. Desde então, o caminho de ferro começa a receber cada vez mais passageiros e mercadorias.
Uma bênção? Não, porque a modernização da via férrea e do material circulante foi travada pelo governo de A. Costa. Parece que se vão alugar a Espanha algumas composições para as linhas suburbanas de Lisboa e Porto (e o interior, esquecido como é hábito?). Mas haverá supressão de inúmeros comboios, a tal ponto chegou a degradação da via férrea e do material circulante. Pagam os passageiros, que viajam incomodamente e esperam eternidades pelo comboio que, com sorte, há-de vir. Mas ninguém lhes transmite informações fidedignas. O que se passa na Linha do Oeste, por exemplo, é uma vergonha.
É esta a aposta socialista no caminho de ferro em Portugal? Brilhante, como manifestação de credibilidade.