O advogado oficioso dos quatro portugueses suspeitos de violarem duas mulheres espanholas, de 22 e 23 anos, pediu, esta segunda-feira, a libertação dos seus clientes. O Ministério Público de Gijón pediu a prisão preventiva para dois dos quatro homens.
Em declarações à comunicação social, o representante legal dos quatro detidos indica que "não há perícias médicas que indiciem violação" e que as duas alegadas vítimas "não têm lesões".
As duas jovens que acusaram quatro portugueses de violação "não estão a dizer a verdade", segundo o advogado dos portugueses.
"Contaram um filme à polícia", defende.
De acordo com o representante legal, existe um vídeo "que é uma prova determinante da inocência dos quatro portugueses". O conteúdo desse vídeo não é público.
O advogado critica o que diz ser uma condenação em praça pública dos seus clientes e alega que os quatro portugueses estão a ser tratados como terroristas.
"É uma espécie de terrorismo do machismo", afirma.
Opinião diferente tem o Ministério Público (MP) de Gijón, que pediu esta segunda-feira a prisão preventiva de dois dos quatro portugueses, avançada o jornal El Comercio na sua edição online.
Para os outros dois homens, a Fiscalía quer liberdade condicional com proibição de se aproximarem ou de contactarem as vítimas.
Suspeitos dizem que foi consensual
Os quatro suspeitos alegaram em tribunal, este domingo, que as relações sexuais com as vítimas foram consentidas e defenderam a sua inocência.
As duas mulheres, uma delas de Gijón e uma outra da cidade de Bergara, denunciaram a agressão sexual na esquadra policial às 06h30 de sábado, explicando que tinham conhecido um homem num bar e que viajaram com ele para a pensão onde este estava hospedado, para um encontro sexual.
Segundo o relato das vítimas, no caminho para a pensão juntou-se um outro homem e, ao chegarem à sala, encontraram dois outros portugueses que as obrigaram a manter relações sexuais com todos eles.
Posteriormente, as jovens foram transferidas para o hospital de Gijon para serem submetidas a um exame médico.
Os quatro portugueses voltam ao tribunal esta segunda-feira, para que as duas queixosas façam a identificação dos suspeitos.
Várias organizações convocaram para segunda-feira à tarde uma manifestação de protesto e indignação, em frente à Câmara Municipal de Gijón.