O presidente da ZERO considera que o discurso do primeiro-ministro na COP27, desta terça-feira, "deu bons sinais mas ficou aquém do necessário".
Francisco Ferreira saúda a participação proativa de Portugal na discussão internacional sobre os incêndios, mas aponta que faltou a António Costa reconhecer a importância de construir rapidamente uma política florestal.
"Sem dúvida que Portugal se deve envolver à escala nacional, mas é uma aposta na floresta diversificada e uma ocupação do território mais cuidada que é o verdadeiro fator de mudança", defende.
A ZERO considera positivo o reforço do apoio financeiro no quadro da Estratégia da Cooperação Portuguesa 2030, mas Francisco Ferreira pede ainda maior apoio ao financiamento climático de países em desenvolvimento.
"É verdade que esta altura não é a melhor para falarmos de apoio a outros países, mas é absolutamente indispensável para quem tem menos do que nós", apela.
Ainda antes do discurso na COP27, António Costa tinha garantido que Portugal está em condições de antecipar neutralidade carbónica para 2045.
Uma meta que o presidente da ZERO também acredita que seja possível cumprir e até aponta um objetivo mais ambicioso.
"Para estarmos em linha com o Acordo de Paris, todos os países europeus deviam alcançar a neutralidade carbónica em 2040. Penso que podemos dar um primeiro passo para talvez conseguirmos antecipar ainda mais estas metas", realça.