O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) considera que o plano de reestruturação da TAP deve ser imediatamente suspenso para ser discutido e reavaliado antes de ser enviado para Bruxelas.
“Este plano terá que ser suspenso, porque não existem condições para que o mesmo seja entregue em Bruxelas, porque, de facto, os trabalhadores não foram aqui ouvidos”, afirma o presidente do sindicato, Henrique Louro Martins, em declarações à Renascença.
De acordo com Henrique Louro Martins, “existe esta lacuna muito grave, num plano de reestruturação, que vai alterar a vida da companhia e, por sua vez, a vida dos seus trabalhadores”.
O presidente do SNPVAC defende que deve ser o Governo português a tratar do processo de reestruturação da companhia área “tal como é, por exemplo, o Governo alemão a tratar do processo da reestruturação da Lufthansa”.
“Defendemos que, aqui, o Governo português é que deve ser chamado a esta responsabilidade”, realça o presidente do SNPVAC.
Henrique Louro Martins entende que “estar a querer equilibrar a companhia aérea com despedimentos e reduções salariais é errado”. E defende que o plano de reestruturação da TAP deve ser discutido entre todas as partes e que deve ser uma capitalização do estado a salvar a empresa.
“O problema da TAP tem que ser resolvido através de uma injeção de capital”, diz o presidente do SNPVAC, acrescentando que não podem ser os trabalhadores a “suportar isto, porque 750 trabalhadores do pessoal de cabine a saírem e uma redução da massa salarial na ordem dos 25% não é, de certeza, o fator que vai conseguir fazer com que a TAP continue a crescer e consiga caminhar sozinha”.
O plano de reestruturação da TAP tem que ser apresentado à Comissão Europeia até dia 10, sendo essa uma exigência da Comissão Europeia para a concessão de um empréstimo do Estado de até 1.200 milhões de euros, para fazer face às dificuldades da companhia aérea.
Para a manhã desta segunda-feira, está marcada uma Assembleia Geral Extraordinária do sindicato dos pilotos. Em cima da mesa, está o plano de reestruturação da companhia aérea que, segundo o sindicato, prevê o despedimento de cerca de dois mil trabalhadores, cortes salariais e menos aviões.