A Direcção-geral da Saúde (DGS) admite deixar de vacinar todos os bebés contra tuberculose. Vários países europeus já estão a seguir o parecer da Organização Mundial de saúde (OMS) que recomenda a vacinação apenas para grupos de risco.
A informação é avançada ao “Diário de Notícias” pela subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas. Nestas declarações, Graça Freitas, refere que esta hipótese “vai ser avaliada já na próxima reunião” e admite que esta é uma solução “viável” e que não coloca em risco a saúde pública.
A OMS recomenda a vacinação apenas para grupos de risco em países onde a incidência é baixa. Este é o caso de Portugal. Até ao ano passado, Portugal era o único país da Europa que ainda estava acima do limite no número de casos de tuberculose, um limite traçado nos 20 casos por cada cem mil de habitantes. A DGS anunciou, no entanto, em Abril, que pela primeira vez Portugal tinha baixado dessa fasquia. Registou 18,7 casos, contanto 1.940 no total. A subdirectora-geral de Saúde explica, ainda, que “na Europa há apenas três países que ainda dão a vacina de forma universal: além de Portugal, também a Espanha e a Grécia.”
A medida tem a aprovação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que já foi tomada pela maior parte dos países europeus. O objectivo é tentar ajudar a resolver a falta de vacinas da BCG. Existem, neste momento, 20 a 30 mil bebés que ainda não foram vacinados em Portugal, uma vez que a vacina está em falta desde Abril. Perante a escassez mundial, a retirada deste tipo de vacina do Programa Nacional de Vacinação seria uma medida justa que “a deixaria disponível para as pessoas que mais precisam”.