Um polícia foi detido e um outro constituído arguido, nesta quarta-feira, no âmbito de uma megaoperação que decorreu de madrugada, sobretudo, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Beja.
Denominada “Dupla Face”, a operação envolveu 150 agentes, que realizaram buscas na Quinta da Fonte e na Quinta do Mocho (Loures), na Cova da Moura (Amadora), na Belavista (Setúbal), na Quinta da Mina (Barreiro) e também na cidade de Beja.
Foram realizadas 22 buscas domiciliárias e 28 buscas não domiciliárias e foram cumpridos dois mandados de detenção.
A megaoperação começou às 4h30 e levou à detenção de quatro pessoas, entre as quais um agente da PSP. Foram ainda constituídas arguidas 10 pessoas, uma delas também agente da polícia.
Quando às detenções, duas decorreram da reunião de “elementos de prova suficientes para justificar a emissão de mandados” (uma delas ocorreu em novembro de 2019), outras duas decorreram as buscas domiciliárias desta quarta-feira.
Esta operação decorreu de uma investigação que a PSP está a realizar há um ano, e ainda não deu como terminada, sobre um grupo criminoso e violento.
Durante as buscas foram apreendidas armas de fogo e documentação relacionada com a atividade, que agora irá ser analisada para ver se pode ser integrada prova.
Esta informação foi transmitida ao início da tarde pelo comissário Bruno Pereira da PSP de Lisboa, já depois do comunicado enviado às redações com as informações iniciais.
A PSP não revela, para já, muitos pormenores sobre a atividade do grupo, mas sabe-se que está indiciado pelo tráfico de droga e assaltos a habitações, entre outros crimes.
Os elementos têm entre 31 e 48 anos e “todos tinham o seu papel definido”, afirmou o comissário aos jornalistas.
Segundo o comissário Bruno Pereira, o agente da PSP foi detido “durante a sua prestação de serviço” e o outro, constituído arguido, vai ser presente a um juiz na quinta-feira.
De acordo com o comunicado enviado à Renascença de manhã, os crimes em causa incluem ainda associação criminosa, corrupção, coação, detenção de armas proibidas, tráfico de estupefacientes, extorsão e favorecimento pessoal praticado por funcionário.
[Notícia atualizada às 13h15 com declarações do comissário Bruno Pereira à comunicação social]