O bispo grego católico de Kharkiv, D. Vasylij Tuchapets, diz que a guerra vai entrar agora numa fase muito difícil durante os duros meses de Inverno e toda a ajuda é necessária.
Em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), alerta que “com a chegada do inverno e com a guerra a ganhar nova intensidade, vai ser preciso redobrar a ajuda às populações”.
“Muitas casas ficaram danificadas ou mesmo destruídas com os bombardeamentos e agora é preciso assegurar que as pessoas conseguem estar minimamente aquecidas. Não é fácil”, observa.
D. Vasylij Tuchapets refere que “as prioridades são muitas. São necessárias roupas quentes, medicamentos, comida”.
“O inverno rigoroso da Ucrânia pode transformar-se num verdadeiro inferno… Precisamos de ajuda para as pessoas e estas necessidades vão continuar por muito tempo, destaca.
A região que corresponde à diocese já esteve ocupada pelas tropas russas, já foi libertada pelo exército ucraniano, mas continua a sofrer com os constantes bombardeamentos.
Muitos habitantes abandonaram a região, mas, segundo o bispo, novas pessoas foram também chegando. E muitos vão bater à porta da Igreja “e não só para a ajuda humanitária, comida, medicamentos, roupa… mas também por sentirem um regresso à fé, à importância da oração, ao consolo da presença de Deus”.
“A maioria das pessoas que vêm rezar agora são aquelas que começaram a vir durante a guerra. Por vezes, após anos de vida em comum, pedem para celebrar o casamento ou o batismo para os seus filhos”, conta à Fundação AIS.
A Igreja dá uma atenção particular aos mais novos, às crianças e jovens que estão a viver um tempo particularmente difícil por causa da guerra. Depois de terem passado largas semanas escondidas, em ‘bunkers’ por vezes improvisados, procurou-se regressar a alguma normalidade. E as irmãs e os catequistas começaram a organizar encontros, concursos, jogos, de forma que os mais novos se sintam atraídos a uma vivência em conjunto.
Uma das iniciativas que teve maior sucesso e que tem o apoio da Fundação AIS, foi a dos campos de férias. Nessas “Férias com Deus”, procurou-se devolver a alegria a quem foi forçado a testemunhar os horrores dos bombardeamentos, a destruição de casas, a morte de familiares e amigos.