Onze anos depois de introduzir a "entrada" diferenciada, a Apple cedeu à União Europeia e o iPhone 15 vai deixar de ter porta de carregamento lightning e passa a integrar o USB-C.
Kaiann Drance, vice-presidente do grupo californiano, reconheceu, esta terça-feira, que o “USB-C tornou-se o padrão universalmente aceite”.
“Agora, o mesmo cabo pode carregar o seu Mac (computador), iPad (‘tablet’), iPhone e até mesmo seus AirPods pro (auscultadores de ouvido sem fio) de segunda geração”, acrescentou Kaiann Drance, durante o evento de apresentação dos novos produtos Apple, intitulada ‘Wonderlust.
“Se a bateria dos seus AirPods estiver muito fraca, ou do seu Apple Watch (relógio), pode carregá-los diretamente no seu iPhone”, acrescentou.
A integração mais ampla da porta USB-C representa uma pequena revolução para o ecossistema de produtos e serviços da Apple, que é difícil de integrar com outros sistemas, apesar de alguns computadores da marca já incluírem esta entrada.
A Apple tentou-se opor a esta medida da União Europeia (UE), argumentando que “sufocaria a inovação” e “prejudicar os consumidores”, mas Bruxelas defendeu que se trata de facilitar a vida do cliente e reduzir a quantidade de lixo eletrónico criado à medida que os carregadores se tornam obsoletos. Espera-se que a medida poupe aos consumidores europeus 250 milhões de euros por ano.
O Parlamento Europeu tinha aprovado uma lei, em outubro, que estabelecia uma solução única de carregamento para telemóveis, tablets e outros dispositivos eletrónicos portáteis, tornando o USB tipo C o carregador comum da UE até final de 2024.
Os computadores portáteis não estarão inicialmente vinculados às novas normas, mas terão de as cumprir o mais tardar três anos e meio após a entrada em vigor da legislação, ou seja, em meados de 2028, aproximadamente.
A diretiva (lei comunitária), negociada ao longo de quase 10 anos na União Europeia, harmoniza ainda mais a tecnologia de carregamento rápido, fornece aos consumidores informações claras sobre as características de carregamento e permite que os consumidores escolham se desejam comprar novos produtos eletrónicos com ou sem carregador.
Os líderes da Apple revelaram nesta terça-feira quatro novos iPhones e apresentaram as novas características técnicas dos seus aparelhos, depois de um trimestre dececionante para as vendas do iPhone, com uma queda no seu volume de negócios homólogo (-1,4%), para 81,8 mil milhões de dólares (cerca de 76,2 mil milhões de euros).
A primeira metade da apresentação foi dedicada a novos relógios, incluindo o Apple Watch Series 9, o “primeiro produto neutro em carbono” do grupo, segundo Lisa Jackson, vice-presidente responsável pelo meio ambiente.