Medina põe em causa recuperação económica
29-04-2021 - 22:29

O presidente da Câmara de Lisboa diz que mesmo no melhor cenário, com a população vacinada até ao final do Verão, tem dúvidas de que os portugueses não “relaxem” de mais e os níveis de infeção aumentem.

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Fernando Medina pôs esta quinta-feira em causa a recuperação económica de Portugal, fazendo-a depender não só do programa de vacinação, mas também da capacidade de os portugueses não entenderem o desconfinamento como uma luz verde para relaxar.

No habitual debate com João Taborda da Gama, o presidente da Câmara de Lisboa e figura do PS, mostrou-se cético que o seu opositor, que se mostrou preocupado com o último trimestre do ano de 2021.

“As minhas dúvidas colocam-se bastante mais cedo no tempo, sobre maio, junho e julho, e de saber se nós aguentaremos este processo de desconfinamento com níveis de difusão da pandemia suficientemente baixos para que não voltemos a fechar.”

“Sabemos que hoje temos a situação muito controlada, sabemos também que quando se abre a economia e a vida social há o risco de haver um relaxamento do ponto de vista do comportamento das pessoas, que possa levar a um aumento das infeções incompatível com o controlo da pandemia”, disse.

Uma das questões fundamentais, explica, é de se saber se as vacinas da AstraZeneca e da Johnson vão poder ser administradas a menores de 65 anos.

“Isso é particularmente importante, na medida em que estamos a chegar a uma fase muito avançada do processo de vacinação. Porque neste momento estamos com um processo de vacinação em que, se as cerca de 2,5 milhões de vacinas da AstraZeneca e da Johnson forem distribuídas e se permitirem um princípio de responsabilização dos utilizadores, e ficarem em território nacional, e se forem utilizadas, e se se permitir baixar a idade de aplicação dessas vacinas, ou se se permitir que as pessoas assumam esse risco e declarem que aceitam essa vacina, nós poderemos estar a falar de um processo que se pode finalizar mais para o início do verão do que para o fim.”

“Se, pelo contrário, essas vacinas puderem ser utilizadas só acima dos 60 ou dos 65 anos, essas vacinas não terão utilização em Portugal, porque já teremos esgotado as pessoas vacinadas. Significa que a vacinação das pessoas abaixo vai demorar mais tempo, porque vai ser feita só com as vacinas da Pfeizer e da Moderna”, afirma ainda Fernando Medina.

“Admitamos o melhor cenário, de as vacinas puderem ser utilizadas nos escalões mais baixos, estamos a falar de três meses. E essa é a minha grande dúvida, se vamos aguentar durante este período, a economia a funcionar a reabrir e com a pandemia controlada. E para mim é absolutamente essencial fazer isso”, enfatiza, concluindo que “se formos bem-sucedidos agora, sobre o período a seguir eu tenho muito menos angústias para o período a seguir.”