Pedro Nuno Santos: “A direita que tenha a capacidade de se entender” e aprovar o OE para 2025
27-08-2024 - 20:31
 • Fábio Monteiro com Lusa

Líder socialista nega que esteja a negociar o OE 2025 com o Governo. E coloca ónus da aprovação, mais uma vez, nos partidos da direita parlamentar. Nome de novo comissário europeu deve ser “suprapartidário", avisa ainda.

A resposta do PS continua a ser a mesma: a responsabilidade pela aprovação do Orçamento do Estado para 2025 está nas mãos do Governo – e dos partidos da direita.

Esta terça-feira, durante uma à feira agrícola de Penafiel, Pedro Nuno Santo Santos voltou a lembrar que a direita “é maioritária” no Parlamento. Por isso, “a direita que tenha a capacidade de se entender”.

Questionado sobre as declarações de André Ventura, que alegou que PS e PSD já estão a negociar o OE para 2025, o secretário-geral dos socialistas garantiu que tal não é verdade.

“As negociações não estão a decorrer. Isso que fique claro. O Governo parece estar muito mais preocupado em usar a boa situação orçamental que herdou do Governo do PS para fazer campanha do que procurar negociar de forma ativa, séria e responsável com os partidos para assegurar a aprovação do OE. As preocupações do Governo não são as corretas”, disse.

Pedro Nuno Santos deixou também um aviso ao Governo noutro tema: a escolha do novo comissário europeu.

“O Governo que tenha sentido Estado no [escolha] que ao Comissário Europeu diz respeito.” No entender do socialista, o nome deve ser “suprapartidário”.

IRS. Governo com foco no curto prazo

A revisão das tabelas de retenção da fonte do IRS, já em 2024, decidida pelo Governo, demonstra que o executivo está preocupado com o curto prazo, no entender de Pedro Nuno Santos.
"O seu reflexo [descida do IRS em 2025] nas tabelas de retenção na fonte em 2024 é responsabilidade do Governo e não nossa. Temos já fiscalistas a dizer que esta revisão das tabelas de retenção na fonte pode ter ido longe demais", afirmou o secretário-geral socialista.
Pedro Nuno Santos anotou que, havendo uma retenção menor este ano, no próximo ano, em momento de liquidação do IRS, os contribuintes portugueses poderão, em vez de terem os tradicionais reembolsos, terem mesmo de pagar no momento da liquidação do imposto.
Para o líder do PS, a decisão do Governo "é mais um momento que mostra um Governo preocupado com o curto prazo e não com uma transformação estrutural do país".

[Notícia atualizada às 22h00.]