O número de nados-mortos e a mortalidade infantil aumentaram em Portugal, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2018.
No ano passado, o número óbitos perinatais foi de 370, uma subida em relação aos 283 de 2017 e quase mais uma centena do que se verificou em 2013.
Óbitos perinatais são os fetos mortos com 28 ou mais semanas e óbitos de nados-vivos com menos de sete dias.
A taxa de mortalidade infantil em 2018 foi de 4,2 casos em cada mil nascimentos, uma subida em relação aos 3,3 de 2017.
O que pode estar na origem deste cenário? Em declarações à Renascença, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, olha para estes números com “alguma preocupação”, mas sublinha que Portugal continua a ter, “apesar de tudo, bons indicadores na área materno-infantil”.
Miguel Guimarães aponta várias causas que podem estar a contribuir para estes números: “os bebés prematuros têm aumentado bastante e a idade das grávidas também”.
“Outra situação que me preocupa, e que pode também ter algum impacto nesta situação, é a questão das dificuldades que existem neste momento no Serviço Nacional de Saúde: falta de equipas-tipo na área da obstetrícia-ginecologia, na área dos blocos de partos, também problemas com os enfermeiros e na constituição das equipas”, alerta.
O bastonário sublinha que existem “deficiências ao nível de capital humano nos serviços de saúde que têm tido uma repercussão significativa na área da obstetrícia-ginecologia” e o Governo sabe.
“Eu acho que a ministra da Saúde está preocupada com estas situações, mas falta dar o passo seguinte para começar a resolver estas situações, o que significa investir mais no serviço público de saúde”, afirma Miguel Guimarães.