O vencedor do Nobel da Física Peter Higgs, que propôs a existência da partícula do bosão de Higgs, morreu aos 94 anos, avançou esta terça-feira a Universidade de Edimburgo.
A existência da partícula foi prevista em 1964, mas só foi confirmada quase 50 anos depois, em 2012, pelo Grande Colisor de Hadrões, que funciona no laboratório europeu de física de partículas (CERN), em Genebra.
No ano seguinte, o trabalho de uma vida acabou reconhecido com o Nobel da Física, que partilhou com o físico belga François Englert. Tímido mesmo na hora do reconhecimento, largou lágrimas na altura do anúncio, dizendo aos jornalistas: "É muito bom estar certo, de vez em quando."
Numa entrevista à BBC, em 2014, descreveu a sua teoria do Bosão de Higgs, conhecida como "partícula de Deus", que descreve como a cola que junta "pacotes de energia" que formaram o universo.
O vice-chanceler da Universidade de Edimburgo, Peter Mathieson, disse que Higgs, que nasceu na capital escocesa, era uma pessoa notável. "Um cientista verdadeiramente talentoso cuja visão e imaginação enriqueceram nosso conhecimento do mundo que nos rodeia", enalteceu, acrescentando que "o seu trabalho pioneiro motivou milhares de cientistas e o seu legado continuará a inspirar muitos mais nas gerações vindouras".
Em reação à Renascença, a ex-ministra da Ciência Elvira Fortunato lembra o “legado extremamente importante” que Peter Higgs deixa. “É sempre com enorme pena que um cientista desta craveira nos deixa”, afirma.