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Terminou a greve dos motoristas de transporte matérias perigosas, confirmou fonte do Governo à Renascença. A Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) chegaram a acordo.
“O Governo, a ANTRAM e o sindicato trabalharam durante esta noite com grande dedicação para chegar a acordo” para o levantamento da greve dos motoristas”, anunciou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, aos jornalistas, pouco depois das 8h00 da manhã desta quinta-feira.
O ministro reconheceu que “foram três dias difíceis, de incerteza e de alguma insegurança, até”.
Pedro Nuno Santos diz que os efeitos do final da greve se vão sentir desde a primeira hora, mas admite que o “processo de reorganização demorará algum tempo” e “a normalização não será imediata”.
Pedro Nuno Santos deixou um elogio aos motoristas: “Tiveram um comportamento correto ao longo dos últimos dias e tiveram uma importante vitória, fizeram-se ouvir e foram ouvidos.”
“Temos todos o direito a não ter este problema quando vamos trabalhar ou viajar para estar com as nossas famílias, especialmente neste período importante da Páscoa”, afirma o ministro.
Renegociação dos contratos até ao final do ano
O acordo prevê que se inicie um processo de negociação do contrato coletivo de trabalho. A primeira reunião está marcada para 29 de abril e o acordo deve ser alcançado até ao final do ano.
“O que nos fez desconvocar a greve foi a garantia da ANTRAM e do Governo de que vamos dar início à negociação do contrato coletivos de trabalho e o compromisso de que isto teria um desfecho até ao final do ano. Por outro lado, temos consciência de que se continuássemos com a greve íamos causar mais problemas ao país”, explica Pedro Pardal Henriques aos jornalistas.
O vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas salienta que "em três dias o país parou" e, por isso, os motoristas não queriam "causar mais confusão”.
“A partir de hoje todas as pessoas vão saber o que é um motorista de matérias perigosas e os motoristas vão ser respeitados”, acrescenta.
"Um processo difícil"
Também Gustavo Paulo Duarte, presidente da ANTRAM, reconhece que “foi um processo difícil”, mas deixa elogios ao Governo: teve uma posição “inteligente, ponderada e séria”.
Tal como tinha repetido nos últimos dias, Gustavo Paulo Duarte reiterou que a ANTRAM “não sabe fazer negociações em greve” e que agora é o momento de “olhar para o que pode ser alcançado a curto prazo”.
A ANTRAM diz que é uma questão de tempo até que a situação esteja normalizada. Só no turno da tarde, que começa à hora de almoço, é que os camiões vão sair rumo aos postos de combustível.
A greve dos motoristas de matérias perigosas começou às 00h00 de segunda-feira e foi convocada pelo SNMMP, por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Face à paralisação, o Governo declarou, na terça-feira, "situação de alerta" e avançou com medidas excecionais para garantir os abastecimentos de combustível, além da requisição civil por alegado incumprimento dos serviços mínimos.
[Notícia atualizada às 8h30]