O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quinta-feira que ainda não leu o artigo do seu antecessor Aníbal Cavaco Silva dirigido ao primeiro-ministro, António Costa, mas que irá ler e interiorizar, sem comentar.
Enquanto passeava pela Festa do Livro nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa, com o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, interrogado se já leu o artigo de Cavaco Silva publicado na quarta-feira de manhã no jornal "online" Observador, o chefe de Estado respondeu repetidas vezes: "Não li".
Marcelo Rebelo de Sousa alegou que ainda não teve tempo, mas assegurou que não deixará de ler o texto do seu antecessor: "Ah, isso nunca perco. Eu aprendo sempre com os sucessivos presidentes da República. E aprenderei com os próximos, se estiver vivo muito tempo".
"Mas não li, ainda não li. Também desde já digo o seguinte: vou ler, vou interiorizar e não vou comentar, porque eu nunca comento antigos presidentes da República nem futuros presidentes da República", acrescentou.
Por sua vez, Pedro Adão e Silva afirmou perante os jornalistas: "O ministro da Cultura foi muitos anos, como sabem, comentador. Agora já não se dedica ao comentário. Mas eu leio sempre tudo, sou um leitor compulsivo".
Num artigo em forma de carta aberta a António Costa, intitulado "Fazer mais e melhor do que Cavaco Silva", o ex-chefe de Estado felicitou António Costa pela maioria absoluta do PS nas legislativas de 30 de janeiro, passados quatro meses, pedindo desculpa pelo atraso.
"Foi uma vitória da sua pessoa como líder do PS. Somos agora colegas no que à conquista de maiorias absolutas diz respeito", escreveu Cavaco Silva.