O Presidente da República anunciou este sábado que vai doar o “Prémio José Aparecido de Oliveira” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) à Caritas de Moçambique para apoiar organizações não-governamentais que operam em Cabo Delgado.
Esta decisão de Marcelo Rebelo de Sousa em relação ao prémio que lhe foi atribuído em março passado foi comunicada pelo chefe de Estado português na sessão de encerramento da XIII cimeira da CPLP, em Luanda.
“Tenciono doar o valor deste prémio à Caritas de Moçambique para que seja distribuído pelas organizações não governamentais que em Cabo Delgado tanto fazem, e em condições tão difíceis, pela verdadeira e duradoura paz social com ilimitada devolução humanitária” disse, antes de salientar os princípios da justiça, da democracia e da liberdade.
“Para estes e para todos os que em todas as nossas pátrias soberanas constroem a liberdade, a fraternidade e justiça todos os dias vai o meu primeiro e último pensamento”, declarou o Presidente da República.
Estas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa foram seguidas por uma prolongada salva de palmas por parte dos chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da CPLP.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico. Há mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com as Nações Unidas.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.