Um plano para o fim dos combates na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns vai ser proposto ao movimento islamita palestiniano Hamas, anunciou esta segunda-feira o primeiro-ministro do Qatar, após reuniões com responsáveis norte-americanos, israelitas e egípcios.
Mohammed ben Abdulrahman al-Thani declarou à estação televisiva norte-americana NBC que esta semana foram feitos "progressos assinaláveis" nas conversações e que as diversas partes "esperam transmitir esta proposta ao Hamas e levá-lo a comprometer-se de forma positiva e construtiva no processo".
A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, mais de 100 dos quais permanecem em cativeiro.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 115.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 26.422 mortos, mais de 65.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, pelo menos 370 palestinianos foram mortos desde 7 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.