A Águas do Interior Norte (AdIN) garantiu esta quarta-feira que a água que distribui é de "qualidade e segurança", depois de um laboratório, que lhe presta serviço, estar envolvido numa investigação por falsificação de análises de água destinada ao consumo.
"A AdIN garante aos seus clientes, como sempre, a qualidade e a segurança da água que distribui", referiu a empresa, em comunicado.
A AdIN sublinhou nunca terem sido detetadas inconformidades na qualidade da água distribuída aos clientes, "tendo sido mesmo atribuído à organização por parte da entidade reguladora do setor (ERSAR), em diversos anos, o Selo de Qualidade Exemplar da Agua distribuída para Consumo Humano".
Sediada em Vila Real, a empresa explicou que mais de 90% da água distribuída pela AdIN aos seus clientes é fornecida pela Águas do Norte, "empresa referencial do setor, cumprindo essa água todos os parâmetros de qualidade e segurança a que a legislação obriga".
No comunicado, a empresa ressalvou que a serem verdadeiras as suspeitas que recaem sobre um laboratório responsável pela recolha de análises de água, sediado no distrito de Bragança, e que presta serviços à AdIN coloca-a no "papel de vítima".
"A empresa em causa presta serviços há vários anos para o concelho de Vila Real, primeiro na EMARVR e agora na AdiN, não sendo a única empresa que presta este serviço", vincou.
A AdIN referiu exigir aos seus prestadores de serviços elevados níveis de certificação nas atividades que desenvolvem.
O laboratório envolvido numa investigação por falsificação de análises de água destinada ao consumo humano é do distrito de Bragança e pretendia, com aquela alegada prática, ganhos económicos e corresponder aos pedidos dos clientes, adiantou hoje a PJ/Vila Real.
Em conferência de imprensa, o coordenador do departamento de investigação criminal da PJ/Vila Real, António Trogano, explicou que o laboratório, que se escusou a identificar referindo apenas pertencer à região de Trás-os-Montes, designadamente ao distrito de Bragança, ao não efetuar a recolha de amostras de água, ao adulterar a recolha ou a fazer a recolha e falsificar os resultados tinha com objetivo obter ganhos económicos, por receber por um serviço que não realizava, e corresponder aos "desejos" de clientes de entidades públicas ou privadas.
"A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real com o apoio de outras unidades da PJ, no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público - DIAP Regional do Porto, procedeu à realização de 60 buscas domiciliárias e não domiciliárias, que visaram diversos particulares, empresas e entidades públicas sitas em diferentes concelhos do território nacional, designadamente em Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Lisboa, Porto, Vila Real e Viseu", refere a PJ, em comunicado.
As câmaras de Miranda do Douro, Mogadouro, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor e Mirandela, no distrito de Bragança, assim como a de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, confirmaram hoje ter sido alvo de buscas no âmbito desta operação.