Francisco lançou “uma pergunta séria” aos fiéis com base no Evangelho deste domingo. “Quando Jesus vier, no fim do mundo, ou mesmo agora, neste momento da vida, encontrará alguma fé em vós e no mundo?”
Nas reflexões que fez durante o Angelus, o Papa afirmou que, se o Senhor viesse hoje à Terra, “veria, infelizmente, tantas guerras, pobreza e desigualdades, e ao mesmo tempo grandes conquistas da técnica, meios modernos e pessoas sempre a correr, sem nunca parar”. E interrogou-se se Jesus "encontraria os que lhe dedicam tempo e afeto, que o colocam em primeiro lugar? E o que ele encontraria em mim, na minha vida, no meu coração? Que prioridades veria?”
Para a fé não arrefecer, nem ficar ressequida, Francisco propôs a oração como remédio.
“Sim, a oração é o remédio da fé, o reconstituinte da alma. Porém, deve ser uma oração constante.” Se, quando estamos doentes, “tomamos os remédios de maneira correta e na hora certa, com constância e regularidade” e, se temos uma planta em casa, “temos que nutri-la com constância, não podemos encharcá-la e depois deixá-la sem água durante semanas”, disse o Papa. Com maior razão ocorre o mesmo para a oração: “não podemos viver apenas de momentos fortes ou de encontros intensos de vez em quando e depois entrar em letargia”, sob pena de a fé murchar.
A solução passa pela “água da oração diária”. Mas como a maioria não vive em conventos, nem tem muito tempo para rezar, Francisco aconselha orações breves e pequenas jaculatórias, fáceis de memorizar, para repetir ao longo do dia e, assim “ficar em sintonia com o Senhor”. E dá exemplos: “Senhor, eu vos agradeço e vos ofereço este dia”, ou “Jesus, eu confio em vós e vos amo".
No fundo, é como enviar "pequenas mensagens" às pessoas que amamos, conclui o Papa. “Façamos isso também com o Senhor, para que os nossos corações permaneçam conectados a Ele. E não nos esqueçamos de ler as Suas respostas. Onde podemos encontrá-las? No Evangelho, que deve estar sempre à mão para ser aberto todos os dias, e receber uma Palavra de vida dirigida a nós”.
No final do Angelus, Francisco anunciou que o próximo Sínodo dos bispos agendado para outubro de 2023 sobre “uma Igreja sinodal”, será desdobrado em duas sessões, para permitir um maior discernimento no processo ainda em curso nas dioceses do mundo inteiro. Assim, a data da primeira sessão mantém-se, de 4 a 29 de outubro de 2023 e a segunda sessão será em outubro de 2024.