Dois enfermeiros militares foram esta terça-feira constituídos arguidos no caso das mortes nos comandos. Vão aguardar o desenrolar do processo em liberdade, com a medida de coação mais leve de termo de identidade e residência (TIR).
Foram questionados esta tarde no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), em Lisboa, mas optaram por manter o silêncio.
"Concluídos os interrogatórios, que foram conduzidos pelo
Ministério Público, os arguidos ficaram sujeitos à medida de coacção de termo
de identidade e residência", avança a Procuradoria-Geral da República (PGR), em comunicado.
O Ministério Público adianta que, até ao momento, "o processo não tem quaisquer outros arguidos" e que as "investigações prosseguem".
De acordo com a PGR, em causa estão "suspeitas da prática de crimes de omissão de auxílio" e de "abuso de autoridade por ofensa à integridade física".
Os dois arguidos são enfermeiros, um sargento e uma furriel, que prestaram assistência ao 127.º curso de comandos durante o treino fatídico.
Dois militares morreram na sequência do treino na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que teve início no dia 4 de Setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.
Além do processo interno de averiguações aberto pelo Exército, que ditou até ao momento dois processos disciplinares, as mortes estão ainda a ser investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária Militar.
Para além deste inquérito, decorre uma inspecção técnica extraordinária que incide sobre os referenciais do curso e o processo de selecção.
Até estar concluída essa inspecção, está suspensa a realização de mais cursos de comandos.
O processo de averiguações às circunstâncias da morte de dois instruendos no início do 127.º curso de Comandos "é de natureza secreta até à acusação", segundo o porta-voz do Exército.
[notícia actualizada às 21h28]