A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) lamentou esta quinta-feira, em comunicado, o “sofrimento” das vítimas de abusos sexuais na Igreja, aludindo ao relatório da Comissão Independente (CI) divulgado a 13 de fevereiro.
“Fomos todos confrontados com o tremendo horror de sofrimento das vítimas de abusos sexuais e os inaceitáveis atos sobre elas cometidos, descritos no recente relatório produzido pela Comissão Independente, designada pela Conferência Episcopal Portuguesa, “Dar voz ao silêncio”, indica uma nota enviada à Agência Ecclesia.
A CNJP fala numa “imperativa ação em nome da justiça e da reparação da paz”.
“Ação focada sempre, em primeiríssimo lugar, nas vítimas, frágeis e vulneráveis, abandonadas e isoladas, presas nas consequências do ato que sobre elas foi cometido. Ação que procure reparar o que foi perdido, devolver o que foi tirado”, precisa o comunicado.
A nota, intitulada ‘Pedir perdão não basta’, pede uma ação que, “de forma transparente, puna os responsáveis pela barbárie que sobre elas se abateu”.
O Papa Francisco repetidamente tem dito que pedidos de perdão não são suficientes quando o assunto é abuso sexual e que ações concretas devem ser implementadas para sanar, de alguma forma, os horrores vivenciados pelas vítimas”.
O relatório final da CI, apresentado publicamente no dia 13 de fevereiro, validou 512 testemunhos, apontando a um número mínimo de 4815 vítimas, entre 1950 e 2022.
A Comissão Nacional Justiça e Paz Portuguesa assume a intenção de “fazer parte da construção, urgente e clara, das respostas e das ações concretas que o Papa propõe”.
“Para tal se disponibiliza. É o respeito pelas vítimas que nos compele. E é o nosso mandato de defesa dos mais frágeis e vulneráveis, em nome da justiça, construindo a paz”, conclui a nota.