Com os incidentes envolvendo drones na ordem do dia, sobretudo envolvendo voos próximos de aeronaves, a Renascença perguntou à Direcção Nacional da PSP que papel é que desempenham as autoridades na fiscalização e regulamentação destes aparelhos.
Até ao momento esta polícia foi chamada a resolver nove situações ilegais relacionadas com uso inadequado de drones, a maioria em Lisboa.
Ao Comando Metropolitano da capital chegaram sete ocorrências, desde Julho do ano passado. Um diz respeito ao aeródromo de Tires e as restantes ao aeroporto de Lisboa.
Na Área do Comando Metropolitano do Porto foi registado um incidente, na área da Ribeira, com uma aeronave civil não tripulada que se encontrava a sobrevoar aquela zona e terá sido avistada pelo piloto de um voo da Transavia. O comando da PSP sublinha que esta situação tem sido erroneamente difundida pela comunicação social como tendo sido um aparelho se encontrava a 3,5 quilómetros da pista 35 do aeroporto Francisco Sá de Carneiro, na Maia.
Finalmente, na Área do Comando Distrital de Faro há registo de um incidente no primeiro trimestre de 2016. O drone estava a ser utilizado num espectáculo desportivo e a situação foi prontamente resolvida.
Contudo, a informação prestada pela PSP fica-se por aí. Não informa que coimas aplicou nem em que resultaram os autos, remetendo para a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).
A Renascença colocou a mesma questão à GNR, mas este organismo respondeu que na área da sua responsabilidade não registou qualquer ocorrência relativa ao uso indevido de drones.
Dezenas de incidentes no Reino Unido
Portugal não é caso único no que diz respeito a incidentes com drones. O último a gerar discussão sobre o perigo destas aeronaves aconteceu no domingo, em Londres, onde um drone foi avistado nas imediações do aeroporto de Gatwick, o segundo aeroporto mais movimentado do Reino Unido.
As descolagens e aterragens foram suspensas, entre as 18h00 e as 18h19, de domingo e depois novamente interrompidas, entre as 18h36 e as 18h41. Durante estes dois períodos foram desviados vários voos da Easyjet e da British Airways.
Este foi o mais recente incidente com drones nos aeroportos britânicos, um problema que se segundo a Airprox – um órgão de segurança financiado pela Autoridade de Aviação Civil e pelo Ministério da Defesa – está a tornar-se grave.
No ano passado, registaram-se 70 incidentes com drones e até agora, este ano a Airprox dá conta de 33 incidentes.
A Associação Britânica de Pilotos de Linha (BALPA) já veio dizer que é preciso agir de forma mais dura em relação aos utilizadores de drones. Os pilotos britânicos querem um registo efectivo de todos os que compram estas aeronaves não tripuladas e apelam à aplicação da lei.
No Reino Unido, as regras para a utilização de drones dizem que não podem voar acima dos 122 metros, têm de voar a 50 metros de pessoas, veículos ou edifícios, não podem ser pilotados a mais de 500 metros do operador nem podem sair do seu raio de visão.