Drones continuam a causar problemas. Em Portugal e não só
04-07-2017 - 19:00
 • Elsa Araújo Rodrigues , Liliana Monteiro

As aterragens e descolagens estiveram interrompidas no aeroporto de Gatwick, no domingo, no mais recente de 33 incidentes registados este ano no Reino Unido. Portugal vai “apenas” em nove.

Com os incidentes envolvendo drones na ordem do dia, sobretudo envolvendo voos próximos de aeronaves, a Renascença perguntou à Direcção Nacional da PSP que papel é que desempenham as autoridades na fiscalização e regulamentação destes aparelhos.

Até ao momento esta polícia foi chamada a resolver nove situações ilegais relacionadas com uso inadequado de drones, a maioria em Lisboa.

Ao Comando Metropolitano da capital chegaram sete ocorrências, desde Julho do ano passado. Um diz respeito ao aeródromo de Tires e as restantes ao aeroporto de Lisboa.

Na Área do Comando Metropolitano do Porto foi registado um incidente, na área da Ribeira, com uma aeronave civil não tripulada que se encontrava a sobrevoar aquela zona e terá sido avistada pelo piloto de um voo da Transavia. O comando da PSP sublinha que esta situação tem sido erroneamente difundida pela comunicação social como tendo sido um aparelho se encontrava a 3,5 quilómetros da pista 35 do aeroporto Francisco Sá de Carneiro, na Maia.

Finalmente, na Área do Comando Distrital de Faro há registo de um incidente no primeiro trimestre de 2016. O drone estava a ser utilizado num espectáculo desportivo e a situação foi prontamente resolvida.

Contudo, a informação prestada pela PSP fica-se por aí. Não informa que coimas aplicou nem em que resultaram os autos, remetendo para a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).

A Renascença colocou a mesma questão à GNR, mas este organismo respondeu que na área da sua responsabilidade não registou qualquer ocorrência relativa ao uso indevido de drones.

Dezenas de incidentes no Reino Unido

Portugal não é caso único no que diz respeito a incidentes com drones. O último a gerar discussão sobre o perigo destas aeronaves aconteceu no domingo, em Londres, onde um drone foi avistado nas imediações do aeroporto de Gatwick, o segundo aeroporto mais movimentado do Reino Unido.

As descolagens e aterragens foram suspensas, entre as 18h00 e as 18h19, de domingo e depois novamente interrompidas, entre as 18h36 e as 18h41. Durante estes dois períodos foram desviados vários voos da Easyjet e da British Airways.

Este foi o mais recente incidente com drones nos aeroportos britânicos, um problema que se segundo a Airprox – um órgão de segurança financiado pela Autoridade de Aviação Civil e pelo Ministério da Defesa – está a tornar-se grave.

No ano passado, registaram-se 70 incidentes com drones e até agora, este ano a Airprox dá conta de 33 incidentes.

A Associação Britânica de Pilotos de Linha (BALPA) já veio dizer que é preciso agir de forma mais dura em relação aos utilizadores de drones. Os pilotos britânicos querem um registo efectivo de todos os que compram estas aeronaves não tripuladas e apelam à aplicação da lei.

No Reino Unido, as regras para a utilização de drones dizem que não podem voar acima dos 122 metros, têm de voar a 50 metros de pessoas, veículos ou edifícios, não podem ser pilotados a mais de 500 metros do operador nem podem sair do seu raio de visão.