A Polícia Judiciária de Setúbal fez uma reconstituição da tragédia que causou a morte de seis jovens universitários na praia do Meco, com base em informações do sobrevivente.
Na noite passada, durante mais de duas horas, a PJ tentou perceber as circunstâncias em que morreram os seis jovens, dois rapazes e quatro raparigas, todos alunos da Universidade Lusófona de Lisboa, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Um grupo de sete jovens que estava a passar o fim-de-semana numa casa alugada na localidade de Aiana de Cima, no âmbito das actividades da comissão de praxes da Lusófona, terá sido arrastado por uma onda quando se encontrava na praia do Meco, na madrugada de 15 de Dezembro do ano passado, de acordo com versão do sobrevivente.
Após a tragédia, João Gouveia disse à Polícia Marítima que tinha conseguido regressar a terra firme, mas que os outros seis jovens tinham sido arrastados para o mar.
As operações de busca que permitiram resgatar os seis jovens prolongaram-se até 26 de Dezembro, dia em que foi resgatado o último cadáver.
Algumas horas antes da tragédia, testemunhas disseram que viram pelo menos alguns dos jovens que morreram a rastejarem, com pedras atadas aos pés, submetendo-se ao que parecia ser uma praxe, supostamente liderada por João Gouveia, o "Dux" da Universidade Lusófona.
Alguns órgãos de comunicação social admitiram a possibilidade de a tragédia da praia do Meco poder ter acontecido durante um ritual de praxe, mas João Gouveia mantém a versão inicial de que tudo não passou de um acidente.
Dois meses depois, o procurador coordenador do Círculo de Almada avocou o processo e, desde então, a Polícia Judiciária de Setúbal já procedeu a várias diligências, a última das quais a reconstituição da tragédia na praia do Meco, para tentar perceber em que circunstâncias morreram os seis alunos da Universidade Lusófona de Lisboa.