Se havia dúvidas, as mesmas ficaram desfeitas esta quarta-feira à noite na Alfândega do Porto, onde André Villas-Boas confirmou a sua candidatura às eleições do Futebol Clube do Porto, em princípio marcadas para o próximo mês de Abril.
O candidato não podia ser mais claro num vasto leque de afirmações com as quais abordou todos os temas mais relevantes da actividade do clube portista, nas suas mais diversas vertentes.
“Queremos um Futebol Clube do Porto, competitivo, vencedor, dos sócios e para os sócios”, um propósito que resume de forma lapidar o que pretende da sua acção, caso venha a ser o escolhido pelos associados.
E assumindo total ruptura com os atuais responsáveis, aproveitou para colocar a nu a incapacidade destes para construir valor, fazer crescer enquanto clube, e construir equipas vencedoras, parecendo capturados por um conjunto de interesses alheios.
Também não deixou sem uma referência aquilo que considera ter sido, até aqui, a falta de coragem para cortar com o status existente onde, segundo disse Villas-Boas, impera o medo e onde ninguém se pode exprimir livremente sem ser ameaçado ou censurado.
Não passou ao lado da situação financeira do clube portista, que considerou desastrosa e que, a continuar, não deixará de comprometer seriamente o futuro de uma colectividade que o mundo admira pelas suas conquistas e capacidade de se impor.
Na reunião, que contou com a presença de cerca de oitocentas pessoas, sócios e adeptos, puderam ver-se, entre outros, D.Cecília Pedroto, a Viúva de José Maria Pedroto, Jorge Costa e Angelino Ferreira, tidos como futuros responsáveis do futebol profissional e das finanças na lista que vai ser apresentada em breve.
A promessa da criação do futebol feminino e do futsal com o emblema do Dragão, foram igualmente notas de destaque na longa intervenção de André Villas-Boas, a que Pinto da Costa poderá ou não responder no encontro que vai manter logo à noite com a Comissão de Honra, que tem sido habitual nas suas candidaturas.