Começamos, pela cimeira entre a União Europeia e a Turquia que se realizou segunda-feira em Bruxelas. Deste encontro saiu um princípio de acordo com Ancara, em três pontos essenciais: travar a chegada à Grécia de novos migrantes; fechar as rotas actuais de migração ilegal; e realojar os refugiados de forma ordenada.
Para já, fica um acordo de princípio, mas o assunto vai regressar na próxima semana em Bruxelas no Conselho Europeu. O tema não é pacífico, tanto que, apesar do aparente afinar de posições em Bruxelas, no Parlamento Europeu já há vozes que contestam este acordo, e que o consideram ilegal. Também certo é que os refugiados não param de chegar à Europa e este acordo não parece conseguir travar todo este fluxo de migrantes. E se a Chanceler alemã voltou a condenar a decisão “unilateral” de alguns países, considerando que fechar as fronteiras, na rota dos Balcãs, não resolve o problema migratório na Europa, certo é que há cada vez mais Estados-membros a decidir unilateralmente o fecho de fronteiras externas.
Na Renascença, no programa Fora da Caixa, Pedro Santana Lopes defendeu uma intervenção das Nações Unidas, mas nos países de origem.
Novos estímulos do BCE
Outra notícia que marca a semana, a decisão do Banco Central Europeu para estimular a economia comunitária. O anúncio das medidas foi feito ontem em Frankfurt por Mario Draghi.
Mário Draghi expandiu o programa de compras de activos, baixou juros, e avançou com novos empréstimos de longo prazo aos bancos e os mercados reagiram com euforia. Mas, já esta manhã, vários analistas punham a pergunta: “será que esta demonstração de poder por parte do BCE não é, de facto, um sinal de desespero?”
O caso português numa semana de sim/não/talvez
O comissário europeu dos Assuntos Económicos esteve ontem em Lisboa, e garantiu que só em meados de Maio é que a Comissão Europeia irá fazer novas recomendações a Portugal. Pierre Moscovici esteve reunido com o Primeiro-ministro e com o ministro das Finanças. No final da reunião com Mário Centeno, o comissário assegurou que não estiveram em discussão quaisquer medidas adicionais de austeridade. Moscovici tentou afastar polémicas, depois de ter começado a semana a afirmar que seria necessário um plano B em Portugal, ter sido corrigido por Juncker e ter depois vindo dizer que “não era nada disso”.
Carlos Moedas reúne-se com a Comissão dos Bispos da Comunidade Europeia em Bruxelas.