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O surto original de Covid-19, na cidade chinesa de Whuan, terá sido mais amplo do que o anunciado. É uma das conclusões dos peritos que se deslocaram à China para investigar as origens da pandemia que, admite agora a OMS, terá começado antes de ter sido decretada.
Em declarações à estação de televisão CNN, Peter Ben Embarek, um dos investigadores que integrou a equipa de especialistas, revela que a missão encontrou vários sinais de propagação mais ampla já em 2019.
“Fomos confrontados com 174 casos de contágio por coronavírus, dentro e ao redor de Wuhan, em dezembro de 2019”, começou por dizer o especialista. “Destes, 100 foram confirmados por testes laboratoriais e outros 74 por meio de diagnóstico clínico. É possível que esse número seja maior, o que poderá significar que a doença poderá ter atingido cerca de mil pessoas em Wuhan, ainda em dezembro de 2019”.
Peter Bem Embarek explica que as novas descobertas vão “ao encontro de todos os parâmetros e dos dados analisados".
Nestas declarações à CNN, o investigador diz haver amostras na China que podem ser úteis à investigação, pedindo, por isso, acesso urgente a esse material.
“Há cerca de 200 mil amostras de sangue disponíveis e que estão agora em segurança, e que podem vir a ser usadas para mais estudos. Seria fantástico se pudéssemos analisá-las rapidamente”, apelou.
Entretanto, há uma guerra de palavras entre Pequim e Washington, a propósito das investigações da OMS.
Nas últimas horas, a China acusou os Estados Unidos de “minarem gravemente” a OMS, já depois de a Casa Branca ter expressado “profundas preocupações” em relação ao relatório sobre a origem do novo coronavírus e de ter exigido que Pequim disponibilize dados brutos sobre os primeiros casos de Covid-19.
Para o governo chinês, os EUA estão assim a comprometer gravemente as instituições multilaterais, incluindo a OMS, e a danificar a cooperação internacional no que diz respeito à pandemia de Covid-19.